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sábado, 23 de abril de 2011

Santuário Nacional de Umbanda

Hoje, dia 23 de abril, é comemorado o dia de São Jorge, santo sincretizado de Ogum.

Soube que no centro não haveria trabalho neste dia e, aliado a visita de um casal de amigos, resolvemos todos visitar o Santuário Nacional de Umbanda.

Que passeio sensacional! O Santuário fica no ABC Paulista e deu um pouco de trabalho para encontrá-lo. Valeu a pena!

Ao entrar, já nos deparamos com natureza por todos os lados. O ambiente, pássaros, borboletas, as imagens...

Imagens enormes dos orixás por todos os lados!




Ao redor das imagens, diversos espaços para realizar as oferendas, tudo muito bem feito e bonito. Ficamos realmente impressionados. O intuito de se criar um lugar para a prática fácil da Umbanda foi alcançado com êxito.


Uma casa para homenagear os pretos-velhos, um espaço para os ciganos, outro com o reino de Exús.

Logo ao entrar, fomos prestar nossas homenagens e fazer nossos pedidos aos pés das imagens dos orixás.

Ao terminar, fomos conhecer o local. Andamos em trilhas, sentimos a mata, passamos por pedreiras e nos banhamos na cachoeira. A energia do local é ótima.

Várias tendas foram criadas no próprio Santuário, e haviam muitas giras ocorrendo paralelamente umas as outras. Nunca havia imaginado isso! O som dos atabaques vinha de todos os lados!

Ficamos então nós 4, assistindo a várias giras. Algumas com a linha de Exu, Boiadeiros, Baianos, etc... Ouvíamos os pontos que nos agradavam mais e mudávamos de tenda. Como não conhecíamos nenhum centro específico, trocamos algumas vezes. Um pedacinho de cada gira. O sino da igrejinha nunca tocou tanto! Rs

Até que fomos convidados a entrar em uma gira.

Assim que entramos, os guias baianos chamaram as meninas. Ficamos meu amigo e eu, assistindo as respectivas serem saudadas pelos baianos.

Meu amigo, é o mesmo que em posts anteriores foi visitar o meu centro e que incorporou seu guia baiano.

Aí as baianas resolveram chamar agente. Primeiro ele, depois a mim. Com ele a princípio não aconteceu nada. Aí fui eu.

As baianas me rodearam e me pediram para girar. Eu sorri, achei estranho, dei uma volta e parei. Elas me mandaram continuar a rodar. Eu então obedeci. Na terceira volta, senti uma energia forte e comecei a sentir meu baiano. Me concentrei, e retornei.

Não me senti a vontade para deixar o baiano vir fora do centro que freqüento.

E ficamos nesta: as guias tentavam puxar o meu baiano, eu tonteava, me desequilibrava, mas me controlava e retornava.

Aí o baiano do meu amigo veio! Saudou a casa, e advinhe... Também tentou puxar o meu baiano. O mais interessante foi que ele me disse que ali meu guia não veio, mas que na tenda dele eu ia girar. E eu confirmei que irei lá.

A linha dos baianos se foi, agradecemos o convite da casa pois fomos muito bem recebidos e retornamos a nossa caminhada.

Fomos então no espaço dedicado para oferendas para os Exús. Vimos as imagens de vários Exús. Ao chegar perto já era possivel sentir. Nossa que energia! Saímos de lá exaustos e voltamos na cachoeira para nos reenergizar.

Assistimos a algumas outras giras, mas sem entrar, e reparamos que já estávamos a umas 6 horas por lá.

Combinamos de voltar outro dia para quem sabe ficar mais tempo.

Enfim, hoje não houve gira no centro que eu freqüento, mas senti a mesma sensação gostosa que sinto ao sair de lá nos sábados.





quinta-feira, 21 de abril de 2011

Festa de Oxum - Cachoeira



No último sábado, fomos na cachoeira.

Meu centro se reuniu a outro e fizemos uma grande roda em um grande campo.

O lugar era sensacional! E o sol ajudou! Muito verde, pedras, cachoeiras! Borboletas passavam por nós o tempo todo, dando aquela sensação de que não estávamos sozinhos. Descalço, com os pés na terra, vendo insetos pousarem em mim, me sentia parte integrante da Natureza.

Desta vez, os pontos seriam cantados para os guias apenas para a realização de trabalhos, não haveriam consulentes.

Um fato bem legal é que minha esposa foi chamada para cambonar o preto-velho do babalorixá do meu centro e ficou muito feliz! Será um grande oportunidade de aprendizado!

Já eu, continuei na roda. Assim que os guias vinham, vez ou outra vinham tentar puxar meus guias. Pretos-velhos, Exus, Caboclos, Pombagiras, Ciganos, etc...

Em uma das vezes, quando chamavam os caboclos, tive realmente a sensação de não conseguir pensar. Pela primeira vez, tive a sensação de incorporação.

Depois veio o banho na cachoeira. Entrei na água gelada, me ajoelhei e coloquei a cabeça em uma pedra. Com a respiração acelerada, sem sentir falta de ar mesmo estando com a cabeça dentro d'água, gritava. Fui eu ou o guia?

Quando saí da água, saí trepidando rs
E aos poucos voltei ao normal.

É sempre muito bom ter este contato com a natureza!

Até mais!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Opnião

Tenho me informado sobre alguns centros para que poder realizar visitas e conhecer mais sobre a Umbanda.

A maneira de como cada centro trabalha é bem diferente. Existem centros como o meu, com consultas fichadas a pretos-velhos e baianos, outros com todos os guias porém em períodos curtos de consultas, outros em que não se pode escolher com qual guia se consultar, tendo que se consultar com o que estiver disponível e ir embora após a consulta. E outros que só dão passe.

Nada contra, mas sinto uma sensação de vazio, quando não posso me consultar com um guia ou quando penso que o guia não pode auxiliar melhor os consulentes, sem poder passar palavras que harmonizam a pessoa.

Mediunidade consciente ou inconsciente

O que aconteceu na última festa para Oxóssi me deixou com muitas dúvidas.

Não foi a primeira vez em que fui tratado como se estivesse incorporado, sendo que eu tudo ouvia e sentia.

Se é assim, é diferente de como imaginei que seria.

Ao que parece, é uma linha bem tênue entre o guia e o médium. Não se sabe ao certo se está incorporado ou não.

Enquanto sinto as energias, cheiros, ouço o som dos atabaques e entro nos meus "transes", surge esta dúvida. Será que estou incorporado?

Já chorei sem saber o porque de estar chorando, já fui abraçado por um guia que me disse que meu índio veio, já entortei os dedos involuntariamente. Já ouvi de alguns irmãos para deixar meu guia vir e em outros momentos, de outros irmãos, para que o guia não judiasse de mim ou para que ele não viesse naquele momento. Mas sou sempre eu, Ruan, ouvindo.
Sempre com aquela sensação de que eu posso voltar a qualquer momento, basta que eu queira.

Entramos então na grande questão da mediunidade consciente e inconsciente.

Os Babalorixás do meu centro se dizem completamente insconscientes quando incorporados. A mãe-pequena, minha instrutora no desenvolvimento, se lembra das coisas que converso com seu guia, enquanto incorporada. Logo, ela é consciente. Meu grande amigo, apresentador da religião a mim, é inconsciente.

O que será ideal então?

Curioso, já perguntei a algumas pessoas e o que ouvi é que alguns começam conscientes e aos poucos vão ficando inconscientes. Acreditam que, pela experiência e tempo de trabalho deles, o "ficar" inconsciente seria normal.

Também já vi que alguns dos estudiosos da religião defendem que a incorporação consciente é a ideal, pois temos sempre que deixar claro para o guia, quem é o dono do "aparelho".

De 3 livros que encontrei este assunto, dois dizem que o médium mais desenvolvido é o consciente, um diz que é o inconsciente.

Assim fica díficil rs

O fato é que por hora, da forma como venho sentindo, estou consciente.

Com o tempo vou descobrindo...

Festa de Oxossi

No último sábado não houve desenvolvimento, pois teríamos uma festa para o orixá Oxóssi.

Cheguei com minha esposa, mais cedo, para ajudar os outros irmãos nos preperativos, com muitas plantas e frutas.

Deixamos o terreiro bem bonito, diminuímos o espaço da assistência, pois teríamos a visita de outras casas e eles também iriam dar consultas.

E eu, como soube na semana passada, iria ficar lá dentro, ao lado dos outros médiuns, pela primeira vez.

Minha esposa, como tem participado comigo das aulas de desenvolvimento, também obteve autorização para participar e ficou ao meu lado. Pedimos licença a Obaluaie e ficamos descalços sentindo a energia do terreiro.

Assim que a Gira começou, fomos avisados que haveriam algumas diferenças com relação as cerimônias habituais. Ao contrário dos outros dias, desta vez os caboclos iriam dar consultas. E somente eles.

Os filhos de cabeça de Oxossi foram chamados ao centro e o ogã da casa começou com os pontos. Um a um, foram incorporando e eu apenas assistia a tudo e não senti nada.

E veio o Pena Branca, como mentor da casa. E disse que queria ficar para a festa rs.

Aos poucos os filhos de Oxossi foram retornando e iniciaram-se os pontos dos caboclos. Aí, parafraseando Roberto Carlos, foram muitas emoções.

Assim que começaram os batuques dos atabaques, eu comecei a sentir muita energia.

E como os caboclos ficaram a gira inteira dando consultas, eu também fiquei a gira inteira com diversas reações. Fiquei tonto, estremeci, por vezes achei que não era eu...
Os dedos da minha mão, faziam movimentos involuntários! Como se estivesse com caimbras nos dedos e via eles se moverem.

De vez enquando melhorava, mas aí um caboclo vinha falar comigo e começava tudo de novo.

Ouvi vários conselhos deles, uns diziam que meus guias estavam do meu lado, outros que eu tinha que exercitar mais os meus chacras, tinha que trabalhar mais a respiração.

Em um momento, um dos irmãos da casa veio ao meu lado e falava com o meu caboclo dizendo para ele cuidar de mim, do médium dele.

Enfim, foi assim a gira inteira. Após muitas horas em pé, acreditei que estaria esgotado no outro dia.

Mas para minha surpresa, mesmo após ir e vir tantas vezes na noite, saí de lá com uma paz, com uma leveza, melhor do que qualquer outro dia que eu tinha ido anteriormente.

Semana que vem, também não haverá desenvolvimento, pois iremos a uma cachoeira.

Até lá.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Passagens interessantes

Tenho lido bastante nos últimos meses. Por vezes encontro passagens bem legais e gostaria de compartilhar estas sobre mediunidade com vocês:

"Os adversários do bem certamente te procurarão, desejando aniquilar a luz que ilumina consciências. Será preciso firmeza e oração!"

"Não te faltarão acusadores, bem como os que desacreditarão das tuas faculdades. Não te preocupes."

"Muitas pessoas trarão os elogios, constituindo um dos mais graves obstáculos da mediunidade. Evita-os sempre e, se não puderes, reporta os méritos ao Criador contentando-te, somente, com o estímulo à continuidade da tarefa."

"Lembra-te de que para venceres na mediunidade, é essencial que te sintas como um pequenino servidor. Guarda-te da empolgação orgulhosa, livra-te da vaidade e mantém-te em disciplina do estudo do Espiritismo."

Todas estas passagens são do livro "Aconteceu na casa espirita".

Aliás, vou postar qualquer dia desses a relação de livros que li.

Um abraço fraternal a todos.

domingo, 3 de abril de 2011

Desenvolvimento - aula 3

Não estou mais conseguindo escrever no sábado, que é o mesmo dia da Gira, pois estou saindo muito cansado.

Conto então, aos domingos o que aconteceu no dia anterior.

Ontem, estive na minha terceira aula de desenvolvimento. Juntamente com a turma, assisti um vídeo sobre o Candomblé. Tiramos algumas dúvidas deste que é um ritual que influenciou a Umbanda. Comparamos os dois e levantamos as diferenças.

Depois fomos ao terreiro e fizemos um círculo para iniciarmos o desenvolvimento prático. Desta vez ficamos todos de pé. A mãe-pequena fez um certo mistério sobre com o que trabalharíamos até que repentinamente ouviu-se o som do boiadeiro.

Outros membros da casa, incorporaram boiadeiros para ajudar os que estavam em treinamento. Descalço, fui levado a um deles.

Senti a energia bem forte. O boiadeiro colocava a mão na minha nuca e a outra no meu peito. Comecei a sentir minha perna fraquejar, querendo dobrar. De repente senti que outra entidade encostou em minhas costas, e ai comecei a tremer. Quando me dei conta, tinha trepidado até o centro do círculo.

Aí, aconteceu algo novo para meu aprendizado. Uma campainha tocava no lado de fora do centro. Era um outro membro querendo entrar, porém a porta estava trancada para não atrapalhar o desenvolvimento.

E a campainha tocava, e tocava. Aos poucos, os encorporados, foram retornando sob pressão. E quando todos retornaram, inclusive eu, encerramos com uma oração o desenvolvimento.

Abriu-se a porta e iniciou-se um bate-boca.

Eu, Ruan, sentia que ainda estava estranho, minhas pernas ainda cediam e eu estava tremendo. Puxei uma cadeira para sentar, tentei descansar, puxei um livro para ler, mas não conseguia.

Conversei com a mãe-pequena e ela me disse que alguns outros estavam assim pela forma de interrupção brusca do desenvolvimento.

Fiquei aguardando a Gira começar, esperançoso de que quando os caboclos viessem fazer a limpeza, eu melhoraria.

E a gira começou. Gira de baianos. Cantamos pontos dos Exus protetores da casa, pontos de defumação, pontos para Oxalá, que foi o orixá escolhido para esta semana. E aí começaram os pontos dos caboclos.

E fui até um deles para que fosse realizada a limpeza.

Novamente comecei a sentir a energia do caboclo. E veio forte. Eu tremia, muito, com velocidade. Senti meus braços ficando dormentes. Minhas pernas ficando duras. E após um tempo retornei ao meu lugar na assistência.

Voltei me sentindo bem! Agora sim eu estava bem.
Passado algum tempo, fui me consultar com a baiana Madalena do Coco. Ao chegar perto dela, já não consegui mais falar. Comecei a sentir dores de cabeça e ela, rapidamente já segurou as minhas mãos. Comecei a sentir a energia bem forte. A baiana me abraçou. Enquanto sentia a energia, por vezes ficava na ponta dos pés. Nunca havia sentido isso. Como se uma energia me lançasse para cima.
Fiquei abraçado a ela até melhorar.

Ela me disse que eu tenho que aprender a controlar isso. Que eu tenho que deixar claro para os guias, que apesar da permissão para me usar como ferramenta para caridade, o dono do corpo ainda sou eu e que eles tem que me respeitar.

Ouvi calmamente e guardei este ensinamento para reflexão.

Retornei para a assistência e aguardei o final da gira. A mãe-pequena, minha instrutora, fez um sinal para que eu esperasse por ela, pois havia algo a ser dito.

Após o encerramento, ela veio até mim e me disse que havia conversado com seu Zé Pelintra, e ele havia me autorizado a participar da próxima gira, dentro do terreiro!

Ainda não sei bem como vou ajudar, mas estou ansioso com o próximo sábado. Será uma festa para Oxossi!

Até lá!