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domingo, 27 de março de 2011

Continuação - Gira

Iniciou-se a gira de pretos-velhos. Na assistência, soube de algo novo.

É que o médium do guia mentor da casa, o Pai Sebastião, está com problemas de coluna e seu guia não fica por muito tempo para não acarretar mais problemas. Muito legal a preocupação do guia com isto.

Então ele vem rapidamente e depois quem o representa é o guardião Exu Sete Encruzilhadas.



Voltando a Gira, houve a defumação e como sempre, foram chamados os caboclos para fazer a limpeza energética da casa. Entramos um a um no terreiro e fomos designados aos guias para que fizessem a limpeza energética.



Curiosamente fui para a guia cabocla da mãe-pequena. Para a minha surpresa, como a mãe-pequena havia dito mais cedo no desenvolvimento, ela já sabia do que eu havia falado durante a aula.



Segurou as minhas mãos e eu fechei os olhos. Minhas pernas começaram a bambear. Em alguns momentos minha perna parecia se calcificar de tão dura. Ela tocava na minha cabeça e eu balançava. Senti meus braços dormentes ! Antes havia sentido em outras giras as pontas dos dedos das mão dormentes. Desta vez senti os braços inteiros dormentes. Estava eu em transe novamente.



A cabocla me levou até o Congá e colocou meus braços na direção da vela verde. Consegui identificar a vela verde e sabia que havia uma imagem junto dela a que associei a Oxóssi. Mas sinceramente não consegui olhar para a imagem, pois uma energia muito forte veio e novamente senti minhas pernas calcificarem. Fiquei com a cabeça baixa, sentindo as pernas, com as mãos próximas a vela.



Aí a cabocla me conduziu novamente até o ponto onde estava inicialmente e aos poucos fui retornando.



Com o tempo retornei para a assistência, ainda surpreso com meus braços dormentes.

Os pretos-velhos vieram e as consultas começaram.

Resolvi falar com a Mãe Isaura. Ao chegar, ela já me perguntou como eu estava me sentindo depois da aula. Falei que estava melhor e ela me disse que eu havia chegado onde meu destino apontava. Me disse que, para minha surpresa, meu índio veio rapidamente durante a linha dos caboclos. Mas se foi, porque eu poderia estar com vergonha do meu agir. Sinceramente, nao me lembro de ter pensado nisso, mas pode ser que ela tenha razão.

Será que foi a minha primeira vez?

Enfim, ela sequer me deixou perguntar nada e já pediu para o Ogã tocar um ponto de Xangô. Mais uma vez, eu comecei a sentir o corpo pesado. Desta vez, pareceu ainda mais concentrado, pois rapidamente comecei a sentir minhas pernas tremer. Abaixei a cabeça e deixei o ponto me levar.

Quando acabou, a Mãe Isaura riu e nos despedimos. Voltei para a assistência.

Minha amiga cigana, a cigana Esmeralda, pediu que eu fosse até a tenda cigana. Chegando lá, a cigana Esmeralda pediu que uma das integrantes da tenda fizesse reiki em mim.

Então segui as ordens dela. Me sentei a frente da reikiana, e me concentrei. Após um período, a reikiana começou a sentir cansaço e me disse que estava sentindo o peso que eu havia sentido quando da energia de Xangô. Continuamos mais um tempo e ela me disse que no seu procedimento eu deveria dar as costas para que ela continuasse a realizar o reiki, porém que ela estava sentindo que a energia de um orixá não estava dando esta permissão a ela.

Fizemos um oração e retornei para a minha cadeira na assistência até terminar a Gira.

Exausto, muito exausto.

sábado, 26 de março de 2011

Desenvolvimento - aula 2

Estou muito cansado. O dia foi agitado. Escrevo amanhã como foi.

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Bem, vamos lá. Ontem foi a segunda aula de desenvolvimento.

A segunda aula foi diferente da primeira. Novamente a mãe-pequena, nossa instrutora, nos apresentou alguns conceitos e desta vez assistimos alguns documentários. Desta vez haviam mais membros no desenvolvimento, e isso é interessante pois há uma maior trasnferência de experiências. E estamos nos enturmando cada vez mais, minha esposa e eu, com os membros do centro.

Assistimos ao documentário durante uns 40 minutos e depois fomos para a primeira experiência prática.

Eu, Ruan, entrando no terreiro pela primeira vez.

Quando passei pela porta, já senti imediatamente a energia do local. A mãe-pequena me olhou me perguntando se eu estava bem e lhe expliquei o que aconteceu. Estou cada vez mais sensível a energias.

Sentamos em forma de círculo, minha esposa do meu lado, e a mãe-pequena nos explicou sobre o que ia ocorrer. Ela queria que ficássemos em silêncio, concentrados, cada um imaginando um local particular. Me posicionei sentado no banco com meu braços sobre as pernas e palmas da mão para cima. Enquanto estava concentrado ouvindo ela falar, reparei que ela havia incorporado sua guia Mãe Isaura. Fiquei em silêncio, e minha cabeça começou a se transportar.

Não ouvia mais o que ela falava, meus olhos antes fechados com expressão tranquila, começavam a se contrair a todo momento. Comecei a sentir muito calor. Sentia muito suor. De repente fui percebendo que queria abaixar minha postura. Me encurvar. Comecei a sentir muito peso. Peso nas costas. E suava. E os olhos se contraindo. É uma sensação muito forte. De repente, quando já estava com a cabeça baixa, senti como se fosse uma mão, tocando um pouco acima da minha orelha direita, me forçando para baixo. Me encurvando ainda mais. Tudo com muito peso.

Aí a Mãe Isaura passou por todos nós e começou a nos despertar deste transe. Ela ia perguntando para cada um do círculo o que havia sentido. Eu já conseguia ouvir o que eles falavam. Mas ainda estava sentindo o peso. Ouvi quando ela perguntou para a minha esposa do meu lado, sobre o que ela havia sentido. Ela disse que sentiu muito calor na região das costas.

Quando a Mãe Isaura veio falar comigo, eu não consegui falar nada com ela. Estava melhorando, mas ainda sentia peso. Ela resolveu me dar mais tempo para me recuperar, me "pulou" e prosseguiu perguntando aos outros membros até terminar e retornar a mim novamente.

Eu já estava melhor, mas suava muito. Falei que senti muito calor e muito peso, e falei da sensação de peso na região da orelha me forçando a me encurvar. Uma das amigas que já trabalha na casa, comentou rindo que era assim mesmo.

A Mãe Isaura comentou que eu havia sentido o peso por causa da pedreira. Na hora não entendi, mas depois fui alertado que a energia que senti, por algum motivo, era a energia de Xangô.

E ela me pediu um abraço e atendi o seu pedido. Durante o abraço forte, sem motivo aparente, eu comecei a sentir uma enorme vontade de chorar. E chorei. Chorei ouvindo a Mãe Isaura me dando as boas-vindas a casa. "Seja bem-vindo a nossa casa!"

E chorava como se fosse uma criança. Aí nos separamos e parei de chorar. Limpei meu rosto e recebi um copo de água de um dos novos amigos. Fiquei pensativo depois, tentando entender o que se passou ali. Por que eu chorei? Não compreendi o que aconteceu. Olhei a minha esposa e ela estava rindo do meu lado.

A Mãe Isaura fez uma oração e a guia se foi.

A mãe-pequena encerrou o dia de desenvolvimento e nos perguntou se estávamos bem. Explicou que cada um sentiu a sua energia, sem que necessariamente todos fossem por uma mesma linha.

Explicou que nossos guias ficam todos juntos de nós e que quando você se consulta com um deles e lhe conta uma história, caso se consulte depois com outro guia do mesmo médium não precisa contar novamente a história. Nossos guias conversam entre si.

E após este ensinamento, encerrou o dia de desenvolvimento pois a Gira pública iria começar.

domingo, 20 de março de 2011

Apresentação

Boa Noite!

Sou a esposa do Médium, dono deste blog.

Resolvemos que eu começaria a postar com o intuito de lhes mostrar a minha visão como observadora do desenvolvimento do meu marido e, é claro, falar um pouco sobre minha iniciação nessa senda.

Aproveitando a oportunidade, gostaria de dizer que está sendo muito gostoso partilhar com meu esposo o conhecimento, as idéias, as dúvidas e o desenrolar desse desenvolvimento.

Espero passar à vocês um pouco do que tenho visto e sentido afim de clarear um pouco até as dúvidas de quem lê e se interessa pela Umbanda.

Até mais!

sábado, 19 de março de 2011

Desenvolvimento - aula 1

Começaram as aulas de desenvolvimento no Centro.

Tive uma grande surpresa no final de semana, onde meu amigo, aquele que me apresentou ao primeiro Centro Umbandista que fui, veio me visitar!

E claro que eu levei ele para conhecer o centro que estou freqüentando agora! E minha esposa também foi chamada por um guia para se desenvolver.

Ao chegarmos, sentamos em roda e ficamos ouvindo a mãe-pequena, nossa Instrutora, nos contando um pouco sobre a história da Umbanda. Foi um grande momento, onde inclusive meu amigo compartilhou de sua experiência com o grupo.

Eu e minha esposa ficamos atentos a todas as interessantes historias.

Uma das coisas que aprendi e que todos nos temos 3 energias conosco. Os homens, tem energias de 2 orixás homens e 1 orixá mulher. As mulheres, 2 orixás mulheres e 1 orixá homem. E começamos a entender as associações com os chakras.

Soube que teremos aulas teóricas e práticas intercaladas.

Foi um inicio de tarde agradável, onde nos enturmamos com os novos amigos do centro.

Depois da aula, voltamos para a assistência e a gira publica começou. Cantamos os pontos e chamamos os caboclos para fazer a limpeza da casa. Ao chegar a minha vez, mais uma vez senti a energia.

Minha pernas faziam força involuntariamente! As vezes fraquejavam, como se fosse dobrar, as vezes faziam tanta força como se tivessem sido calcificadas ali, no terreiro. Um membro da casa estava do meu lado para me ajudar e dizia para que eu abrisse os olhos. Mas eu nao conseguia!

Enfim, com o tempo fui melhorando, ganhei um copo de agua e me liberaram para retornar para a assistência. Meu amigo e minha esposa estavam rindo para mim. Rs

Mas ainda faltava ele, para que eu pudesse rir um pouco também.

Chamaram os baianos. Meu amigo foi se consultar e o guia baiano dele se apresentou no centro. Foi muito legal! O ogã puxou uma canção para visitantes no centro, enquanto meu amigo se apresentou a entidade mentora da casa, que estava com o guia do Ze Pilintra.

Depois veio até a porteira e cruzou o chão na frente da assistência.

Aí, quando o guia dele se foi e achei que ia acabar, para minha surpresa, a baiana pediu para que o ogã cantasse um ponto de boiadeiro!

Aí sim fomos surpreendidos novamente!

O guia boiadeiro do meu amigo veio, pediu um ponto para o ogã e vários outros membros da casa também desceram com seus boiadeiros. Foi um momento bem legal e animado na gira.

Agora vamos aguardar o próximo sábado para continuar com o desenvolvimento.

sábado, 12 de março de 2011

Conversa com Sr. Sete Encruzilhadas

Fui ao centro no sábado.

Me senti mais preparado para o que estava por vir.

Acompanhei todas as curimbas entendo o porque das ordens. Fui chamado para a limpeza dos caboclos, e sai com a minha já habitual tontura rs

Chegou a hora de falar com Sr. Sete.

Disse para ele que gostaria de desenvolver e para isso, gostaria de uma orientação dele.

Fui informado que no próximo sábado, irão começar aulas de desenvolvimento.

Sábado vou começar.

Visita ao centro

Na quinta, fui ai centro do Pai Benedito de Aruanda, um dos mais famosos.

Já foi impressionante logo no inicio. Uma fila enorme, daquelas que se estende por todo um quarteirão.

Podemos ver o crescimento da Umbanda.

Fui em um dia que haveria uma gira somente com crianças. Lá e diferente. Enquanto sao cantadas as corimbas para vinda dos guias, a assistência permanece do lado de fora, na imensa fila. E a rua inteira ouve a música e a batucada!

Apenas depois que os médiuns incorporam e que podemos subir.

Chegando lá, uma energia forte e muito barulho das crianças.

Me consultei rapidamente e após as consultas já temos que ir embora.

Voltei para casa me sentindo estranho e quase nao consegui dormir.

Acho que estranhe as energias de lá.

Sábado vou no centro que freqüento e vou perguntar sobre isso.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Intensivão chega ao fim, mas é só o começo

Meu intensivão de estudos no Carnaval acabou hoje.

Li bastante material, estudei muito, algumas coisas entendi perfeitamente, outras tenho que reler. Mas o resultado foi muito bom!

Me sinto muito bem, à medida que vou entendendo mais sobre o assunto.

Amanhã, iremos, eu e minha esposa em um dos mais famosos templos de Umbanda do Brasil.

Vamos lá!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Hierarquia espiritual de um centro Umbandista

  • Babalorixá (homem) ou Ialorixá (mulher)
O grau mais alto do centro ou terreiro. É quem dirige e tem toda a responsabilidade espiritual sobre o centro. É quem prepara as imantações. Cuida dos assentamentos. Prepara os médiuns, determinando toda a diretriz espiritual, não só do treinamento como também das giras públicas.
  • Pai-pequeno ou mãe-pequena
É quem vem logo abaixo do Babalorixá e pode substituir o chefe do terreiro nos treinamentos e como chefe da gira.
  • Ogã
São aqueles que cantam, puxam as curimbas e tocam os atabaques. Eles tem que conhecer bem os pontos de gira sempre mediante orientação do babalorixá. Também são eles que preparam os novos ogãs.
  • Chefe da Gira Pública
É o responsável pelas giras de público, de consulta. Normalmente é o próprio babalorixá, mas as vezes é um médium categorizado para isso. Ele deve dirigir todo o trabalho espiritual da gira desde a abertura até o fechamento.
  • Médiuns de trabalho
São os que prestam caridade diretamente ao público, os que incorporam as entidades. Precisa ter todo um preparo mediúnico, com sua firmeza, roupas, guias, banhos de descarrego, imantações e honestidade espiritual.
  • Médiuns em desenvolvimento
São os médiuns que estão em treinamento, aprendendo e absorvendo as vibrações numa fase preparatória.
  • Cambono (homem) e Samba (mulher).
São aqueles que auxiliam no atendimento das entidades. O cambono deve preparar antes da gira, tudo que a entidade necessita, como charuto, vela, papel, lápis, bebidas.

É importante frisar que o cambono para ser bom, deve ser preciso e discreto, não participando, nem ouvindo, a conversa entre a entidade e o consulente da assistência.

Estrutura física de um centro Umbandista.

Como tenho lido bastante, acho legal divulgar um pouco de meus estudos mostrando como funciona um centro de Umbanda.

Falando em estrutura física, o centro ou terreiro possui:
  • O Congá
É o local do terreiro onde ficam os assentamentos para os Orixás.

Os assentamentos são utilizados para atrair as vibrações do orixás e das falanges. Eles deveriam ficar em terra batida, mas normalmente, os assentamentos ficam em prateleiras, uma superior e outra inferior.
A superior fica com os assentamentos para os Orixás e a inferior, com os assentamentos para os Exús e Pomba-giras.
  • O Pegi
É onde ficam as imagens que representam as entidades na Umbanda. São as imagens dos santos Católicos associados aos orixás.

Isto ocorre devido ao sincretismo religioso, para facilitar o entendimento dos que não conseguem imaginar que os Orixás são vibrações.

Por exemplo:

Oxalá - Jesus Cristo
Ogum - São Jorge
Oxóssi - São Sebastião
Iansã - Santa Bárbara
Xangô - São Jerônimo
Oxum - Nossa Senhora da Conceição
Iemanjá - Nossa Senhora da Glória
  • Porteira
É a firmeza, a segurança do centro. Ficam os assentamentos para todos os exús e pomba-giras das encruzilhadas, dos cemitérios e da linha das almas. Estes assentamentos são colocados em outro lugar que não o Congá, e normalmente ficam na entrada do terreiro.

terça-feira, 1 de março de 2011

Estudos

No domingo, fui direto a livraria. Peguei vários livros e fiquei lendo em uma mesa no café. Li sobre o Guardião das Sete Encruzilhadas, Ze Pelintra, e folheei alguns outros. Fiquei umas 4 a 5 horas na livraria. Em um dos livros que li, encontrei o termo Exu Maioral. E me lembrei da cigana de 2008. Quase nao consegui dormir direito. Cheguei em casa e fui pesquisar sobre este Exu. Fui deitar impressionado com minhas leituras.

Soube que um livro muito bom para se estudar os exus e o guardião da meia-noite.

Ontem, comprei ele e mais dois sobre doutrina da umbanda. Meu carnaval vai ser de muita leitura.

E vamos lá! Aguardo para falar com a baiana e com Sr. Sete. Quero mais explicações e auxilio.

Terceiro dia no Centro

No ultimo sábado voltamos ao Centro.

Foi tudo como antes, as orações, os cantos e a linha dos caboclos, para fazer a limpeza do ambiente.

Fui encaminhado para que um dos guias fizesse a limpeza, como fez da outra vez.

Ele olhou para mim, tragou seu charuto e soprou a fumaça na minha testa.

Pronto! Fiquei tonto. Ele soprou fumaça novamente e senti minhas pernas bambeando. Ele colocou o dedo na minha testa e empurrava ao mesmo tempo em que balbuciava umas palavras.

Estava me desequilibrando, parecia que ia cair. Rapidamente alguns membros ficaram em volta para me ajudar caso acontecesse algo.

O guia tentou, tentou, mas eu voltei. Foi a vez que fiquei mais tonto, que senti a energia mais forte.

Voltei para a assistência e demorei para me recuperar.

Os pretos velhos foram chamados. Fui me consultar com Pai Zezé. Falei com ele, pedi proteção. Ele me disse que era como se uma luz tivesse sido acesa no escuro, e que agora, chamava atenção. Que precisava sim, de proteção e me orientou a conversar com Madalena do Coco para colocar um bracelete de palha.

Retornei ao meu lugar e achei que já tinha visto tudo que tinha para acontecer no dia.

Ai, apareceu o Sr. Sete.

Ele veio para perto de onde estava e entrou na tenda cigana. A energia era muito forte. Comecei a ficar tonto, sentir dores de cabeça ... Meu corpo comecou a ter uns espasmos.. Ele saiu da tenda e veio falar conosco. Ele falou com a minha esposa que ela deveria me trazer para trabalhar.

Durante todo o tempo em que ele esteve por perto, me senti estranho. Sinto como se estivesse mais sensível a forca energética.

No final, após ele ir embora, a Lider do centro, muito simpática, veio me dizer para trabalhar também.

Sai do centro ,muito, muito, muito pensativo. Queria estudar mais.


Visita a uma festa

Estudava muito nos últimos dias.
Ia contando tudo para minha amiga e claro, tirando várias dúvidas.

Ela nos convidou para ir em uma festa de carnaval, mas na verdade seria uma gira para pedir que a escola fosse vencedora.

Fomos visitar a escola. Chegando lá, haviam muitas pessoas. Acredito que umas 200 pessoas de branco. Música alta com todo o aparato que uma escola de samba pode oferecer. E começaram os pontos. Apesar de todo o luxo, aquele ambiente era estranho para mim. Não me sentia bem. Não sabiam quem eram aquelas pessoas. Podia ter qualquer tipo de pessoa ali.

E acho que comecei a sentir isso pois comecei a ficar com dores de cabeça e sentir estranhas tonturas. As linhas foram todas cantadas e ia me sentindo mais sensível as energias. Em algumas linhas eu ficava muito tonto, em outras não sentia nada.

Como isso era possível? Minhas dores de cabeça e tonturas duravam só algumas músicas e depois voltava ao normal rs

Após passarem por todas as linhas, eles passaram para as linhas de esquerda chamando os Exús.
Uma situação curiosa aconteceu. Um homem incorporou o Zé Pelintra e veio na minha direção. Fiquei muito tonto, meu corpo tinha uns espasmos involuntários. Aí ele saía de perto, e eu melhorava. Quando ele voltava eu começava a sentir novamente.

Estava sentindo a energia do lugar. Sentia a energia do Zé Pelintra. Minha sensibilidade com energia estava mais alta.

Fomos embora, e fiquei muito cansado este dia, como se me houvessem sugado muita energia. Fiquei com essa preocupação de me proteger e resolvi falar com o Pai Zezé no centro, sobre proteção.

Cachoeira

Minha curiosidade que já era grande quintuplicou !

Comecei a ler Aruanda do Robson Pinheiro.

E no dia da ida a cachoeira, lá fomos eu e minha esposa novamente. O lugar era sensacional. Bem verde, bem bonito. Havia uma tenda com as imagens. Enfim, um lugar gostoso de estar. Descobri que aquela ida a cachoeira era para homenagear Xangô !

Haviam 3 centros de umbanda reunidos. Todos de branco, inclusive eu e minha esposa. Havia muita gente! Assistíamos a tudo quietos. Reconhecia os membros do centro que estava frequentando, mas só observava.

Um homem de um outro centro incorporou Marabô. E este era o líder dos 3 centros. Ele falava para todos, passando bonitas mensagens. O líder do centro que frequentava incorporou o Sr. Sete Encruzilhadas. O respeito por estas entidades eram enormes ! Eles davam consultas as pessoas. Até então não havia prestado atenção na hierarquia de uma tenda umbandista.

Após cantarmos para Xangô, formou-se uma fila para a cachoeira. Parecia uma espécie de batismo, onde a pessoa se molhava na cachoeira. Primeiro foram as mulheres. Minha esposa, nervosa, assistia as mulheres antes dela e eu a acompanhava a distância. Algumas mulheres se molhavam e imediatamente incorporavam seus guias. Ouviam-se gargalhadas e as vezes gritos. Até que chegou a vez da minha esposa. Ela se molhou sob o olhar atento dos auxiliares que ficavam do lado da cachoeira para socorrer quem precisasse. E saiu.

Encontrei com ela na saída e ela me disse que ficou um pouco tonta. Fui então para a fila dos homens.
Esperei um a um, observando os mesmos acontecimentos que ocorriam com as mulheres. Gritos e gargalhadas, pessoas incorporando guias. Chegou a minha vez.

Quando entrei na água. Minha respiração mudou. Acelerou. Não ouvia nada, nem ninguém. A água caía sob minha nuca e senti um peso como se estivesse carregando algo muito pesado. Não aguentei e caí de joelhos. Tentava me levantar, mas não tinha forças. Ouvia ruídos, mas na verdade não entendia nada. Demorei para me conscientizar que eram os auxiliares que estavam me incentivando a levantar. Fiz muita força e consegui me levantar e sair da água. As pessoas me perguntavam se eu estava bem, e eu estava cansado com todo o esforço que fiz para sair da água. Aí um dos auxiliares me disse para retornar para a cachoeira. Eu quase não pude acreditar e perguntei "De novo?" Ele me disse: "Sim, esse banho agora é para você." Então entrei novamente na cachoeira, mas desta vez consegui sair rapidamente.

Fui liberado e minha esposa estava radiante com uma toalha na mão rs Minha amiga ficou falando de mim para os membros do centro que até então não me conheciam, dizendo que eu era filho de Xangô.
Fiquei tentando explicar para elas o que havia acontecido e mais uma vez estava surpreso com a minha reação.

RESULTADO : Voltei para casa querendo estudar ainda mais!

Segundo dia no Centro

Na outra semana, foram os baianos.

Eu e minha esposa retornamos e vimos os mediuns um a um incorporando os guias de baianos. Como da primeira vez, escolhemos os guias com quem iríamos conversar e escolhi a baiana Madalena do Côco.

Confesso que fui me consultar com ela sem ter muito o que perguntar. Mas quase no final da nossa conversa, perguntei para ela se eu era mesmo filho de Xangô. Ela me perguntou "Você quer ver?".
É claro que respondi que sim.

Ela pediu então para que os responsáveis pelo atabaque puxassem um ponto de Xangô. Eu fechei os olhos e outros dois membros me circularam me deixando no centro. A medida que o ponto ia sendo cantado, a baiana ia passando em mim uma erva e me molhava com cachaça. Ali começou minha primeira grande surpresa.

Inexplicavelmente minha pernas começaram a balançar. Começaram a querer ceder. Entrei em uma espécia de transe com a música que estava ouvindo. Quando a música parou eu ainda fiquei de olhos fechados e sentindo minhas pernas tremendo. Quando voltei, os membros estavam olhando e rindo para mim, uma delas com um leque dizendo que a energia tinha sido muito forte. E a baiana sorria me perguntado se eu estava bem. Ela me disse que eu deveria ir com um grupo do centro em uma cachoeira. E que eu era um médium. Pediu para que eu voltasse depois e que perguntasse ao preto velho Pai Zezé sobre uma proteção espiritual que eu deveria usar. E um dos membros, me aconselhou livros para ler.

Voltei para a cadeira da assistência meio atordoado com a notícia e com minhas pernas ainda tremendo. Minha esposa ria e curiosa me fazia várias perguntas. Eu não conseguia tirar aquela afirmação da baiana da minha cabeça.

Aí entrou a linha de Exú no centro. Observava aquilo tudo ainda meio chocado com a notícia.

Primeiro dia no Centro

Fomos eu e minha esposa visitar o centro de minha amiga. No centro, encontramos várias diferenças com o centro do meu amigo que eu havia conhecido anteriormente. A maneira como a assistência participava, uma tenda cigana, várias outras imagens e a regra de se consultar apenas com uma entidade.

Observava aquilo tudo quando um membro do centro veio falar conosco sobre a Umbanda. Falou bem, nos explicou o que era a Umbanda e depois disse que deveríamos escolher uma ficha com qual entidade gostaríamos de nos consultar. Por conselho da minha amiga escolhi o preto velho Pai Zezé e minha esposa a Mãe Isaura.

Neste centro, ao contrário do primeiro que conheci, não se cantavam para todos os orixas. Haviam dias específicos para Pretos Velhos e Baianos.

Os médiuns iniciaram com orações e depois começaram os cânticos. Ao som do atabaque é claro. E chamaram primeiro os caboclos para fazer uma limpeza no local.

As incorporações começaram e os médiuns começaram a receber os caboclos. Nós da assistência fomos convidados a entrar e um a um, os caboclos iam fazendo a limpeza nagente.

Senti um pouco de tontura devido ao cheiro forte de ervas e fumaça.

Após isso, aguardei até que os pretos velhos fossem chamados. E conversei com o Pai Zezé sobre problemas pessoais.

E claro, também me consultei com minha amiga cigana. Cigana Esmeralda.

Minha esposa gostou, eu também e decidimos voltar na outra semana.

Conversa reveladora!

No meu trabalho, conheci uma grande amiga, mais ou menos no mesmo período da perda de meu ente.

Ela me ajudou muito a me recuperar, com conselhos e distrações. Nos tornamos amigos e ela acabou se tornando amiga da minha esposa também. A chamo de irmã devido a grande proximidade que temos.

Certo dia, após quase um ano de convívio, fomos almoçar em um restaurante chinês. Por um motivo que não me recordo comecei a falar de espiritismo. E para a minha surpresa descobri que ela queria conversar comigo sobre este assunto! Descobri que ela era umbandista!

Hahaha ! Nao acreditei ! Encontrei uma conhecida para tirar minhas dúvidas. Ela me disse que frequentava ha alguns anos, que era muito legal e que assim como meu outro amigo, era uma médium.

E cigana !!!! Achei aquilo o máximo ! Cheguei em casa falando da novidade para a minha esposa.

E claro, fomos conhecer seu centro.

Neste ponto, sinto uma grande mudança em minha vida.

Segundo Primeiro Encontro

Este foi proposital.

Por um amigo soube de um centro que ele frequentava. Um centro umbandista.
Estava me recuperando da perda de um ente querido e resolvi ir até lá para desabafar. Queria falar com os espíritos e saber se meu ente estava bem.

E fui.

Chegando lá, acompanhado de minha esposa e meu amigo, fiquei surpreso com tantas imagens. Haviam bancos no que eles chamam de assistência, para que pudéssemos observar o que iria acontecer. Sentei e fiquei aguardando.

Os médiuns iam se apresentando na parte da frente do centro, todos de pé e de branco com várias guias.
Haviam os sons dos atabaques e as músicas eram cantadas para cada um dos orixas.

Meu amigo havia me explicado que as músicas seguiam uma ordem e foi assim. Para cada orixá, cantavam se umas 4 músicas e com os sons dos batuques e vozes, um a um os médiuns iam incorporando os guias. Impressionante!

Meu amigo, médium, incorporou quando dos cantos para Oxóssi. Ele agia como se fosse outra pessoa, como se tivesse um arco e flecha na mão. Me chamou na assistência. Sua expressão era diferente, falava com sotaque e com um linguajar mais antigo. Enfim, deduzi que não era o meu amigo que estava falando comigo naquele momento.

Depois de um tempo ele retornou e incorporou outros guias a medida em que iam se cantando as outras canções.

Fiquei surpreso com aquilo tudo. Eram provas de existências de espíritos!
Voltei lá outras duas vezes. E me consultava com os guias. Era interessante o que se passava e retomei minhas curiosidades sobre o tema.

O líder do centro incorporava um preto velho chamado Pai Antônio. Grande Pai Antonio!

Nos dois casos, o que me impedia de ir mais vezes era a distância. Interestadual. Algumas vezes passava em frente a um centro perto da minha casa e me perguntava se não seria bom visitar. O nome do Centro é Cabloco das Sete Cachoeiras.

Aí mais um novo fator surgiu, como se me levando para este caminho.

Dois Primeiros Encontros

É isso mesmo. Tive dois primeiros encontros com a Umbanda.

A primeira vez foi em meados de 2008. Ao acaso. Conversando abertamente com uma amiga sobre espiritismo, ela me falou sobre uma cigana. Uma cigana que ela havia se consultado e que acertara algumas coisas que aconteceram na vida dela.

Nunca havia ido a uma. Conhecia somente o que todos conhecem, aquelas placas e faixas que encontramos nas ruas. Mas nunca pensei em entrar.

Aí ela me convenceu a irmos lá. Ela faria uma consulta com a Cigana e eu poderia ver o local e optar se faria a consulta ou não.

E fomos.

Chegando lá, uma casa normal com dois andares. Uma senhora bem simples, aparentemente séria, veio falar com agente na entrada e já conhecia a minha amiga. Fiquei apenas observando. Havia um altar na entrada da casa com uma luz vermelha e com algumas imagens. Isso me assustou um pouco. Seguindo em frente, haviam cadeiras para esperar enquanto as consultas eram realizadas.

Minha amiga foi se consultar no segundo andar e eu fiquei aguardando. Olhava ao redor e, era uma casa normal. Com exceção do altar na entrada da casa, não havia mais nada "assustador".

O tempo passou e quando as duas desceram, a senhora disse que queria falar comigo. Como se tivessem coisas para que eu soubesse. Então eu fui para a consulta. Na sala haviam várias imagens e eu, curioso, perguntei sobre cada uma delas. Eram os orixás. Nas suas mãos um baralho velho que ela usava na consulta. Lá ela me falou de coisas que aconteceriam na minha pessoal e profissional e me fez algumas revelações que me deixaram muito curioso.

Me disse que tinha dúvidas se meu santo de cabeça era Oxossi ou Xango. Me disse que estava acompanhado do Maioral.

Enfim, saí de lá tão curioso que perguntei para ela onde poderia obter mais informações sobre os assuntos.

E fui para a Internet. Descobri que aqueles orixás eram da Umbanda. Confirmei com ela isto em outra consulta e depois acabei perdendo contato.