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sábado, 31 de março de 2012

Olhos Abertos

Ontem, a gira foi aberta um pouco diferente. O baiano Joaquim quis vir logo no início, saudar os orixás.

Cantamos todos os pontos e o baiano pediu a ajuda do Ditão para ir chamando os guias dos médiuns.

Primeiramente chamou o caboclo do meu amigo. E foi até ele perguntando seu nome. Explicou que na casa, seria necessária a identificação do guia. O caboclo do meu amigo não quis dizer ainda, alegando que seu cavalo tem que ter maior firmeza. Então o baiano Joaquim lhe disse que vai chamá-lo de guerreiro de Xangô.

Depois, veio a cabocla Jurema.

Depois foi chamado o meu caboclo. Ele veio, desenhou novamente o ponto riscado no chão.



-Quaresma
-Abri os olhos
-Mto tempo - irma
-Resumo dos estudos
-Pressao baixa
-explicação dos muros altos e baixos - energias orixás

Ponto Riscado do meu Caboclo e a Esquerda

No dia 23/03, com a assistência cheia, novamente o baiano Joaquim veio falar conosco.

E um dos primeiros que ele veio falar foi comigo.
Citando a última gira em que meu caboclo veio, me disse que eu deveria segurar meu guia e não deixar que ele viesse ainda.

Entendi que talvez eu estivesse atrapalhando os trabalhos e quando os guias vieram, procurei me concentrar em não deixar que meu caboclo viesse.

Só que ficar ali, descalço, no meio e não sentir energia nenhuma é muito complicado!

E foi aí que comecei a sentir uma energia diferente. Fiquei tão concentrado na minha mão (onde normalmente começo a sentir a energia do caboclo), que quando reparei, estava sentindo uma energia estranha nos olhos. Meus olhos estavam me forçando a fechá-los. Não sabia que energia era essa e fui beber uma água para ver se conseguia controlá-la.

Ao retornar ao meu posto, continuei sentindo a energia, e quando vi que as pessoas da assistência já tinham sido quase todas atendidas, pedi ao cambono do baiano Joaquim para que eu fosse me consultar com ele e falar desta tal energia.

Por um momento, a energia veio muito forte e comecei a sentir a energia vinda dos pés para cima, de baixo para cima. Pensei que poderia ser o baiano.

Foi aí que outro cambono me perguntou se eu queria passar com o caboclo do meu amigo. Eu disse que não, que estava aguardando o atendimento do baiano Joaquim, mas aí o próprio caboclo veio até a mim. E não me deixou falar muito, já veio puxando o meu caboclo. Imediatamente a energia que eu estava sentindo nos olhos e pés, foi para as mãos e quando eu vi, já estava batendo no peito. Veio o meu caboclo.

Ele recebeu o charuto e começou a fumar.

Ficou parado, fumando. De repente ele pediu uma pemba. De olhos fechados, caminhei até um ponto, me ajoelhei e sentia minha mão riscando o chão. Depois com os dois braços para trás, permaneci como que se estivesse observando o ponto riscado.

O baiano Joaquim veio no meu ouvido e perguntou se para um dos traços que havia sido riscado, era uma cobra ou um raio. Sem responder, minha mão novamente foi ao chão e fez o risco. O baiano Joaquim saudou o meu caboclo como um caboclo de Xangô. Depois perguntou o nome do caboclo.
O baiano disse que se o caboclo já desse o nome, que ele já poderia começar a trabalhar atendendo.
E como eu não conseguia responder, ele ficou pedindo ao caboclo que dominasse a minha boca. Após algumas tentativas sem êxito, ele me perguntou se o caboclo queria mais giras para que ele dissesse o nome e senti minha cabeça fazendo sinal de positivo.

Ele pediu que o caboclo ainda não fosse embora e ele permaneceu incorporado por mais algum tempo. Um cambono me perguntou se eu queria beber algo e meu caboclo fez que sim com a cabeça para cerveja.
Acho que ele bebeu uns dois goles grandes e entregou o copo.

Depois retornei.

O pai João explicou a importância de se ter o ponto riscado mesmo que desincorporado. Pois o guia assume um compromisso com o cavalo e mesmo que ele não esteja incorporado naquele momento, seu ponto riscado serve de proteção ao seu cavalo.

Nos aconselhou a quando ir a algum lugar que esteja estranho, com alguma energia estranha, desenhar o ponto riscado e entrar nele. Ali dentro, ninguém mexerá conosco.

Uma das cambones desenhou o ponto riscado que fiz no chão em um papel e me entregou depois. Fiquei muito feliz com o que aconteceu.

Como falei anteriormente, há alguns médiuns na casa que estão sendo batizados na umbanda e com isso estão cumprindo os preceitos.

O pai João disse que eles deveriam fazer uma entrega para a esquerda e avisou que iríamos entrar na faixa vibratória da esquerda. Algumas pessoas da assistência foram embora e pouco a pouco, os Exús e Pombagiras começaram a vir.

Em um momento só haviam as entidades da esquerda, os cambonos e eu na casa. Um deles, o Exú Marco Antônio brincou conosco. " E aí? Ninguém vai falar com ninguém não? Nós viemos só para ficar rindo aqui?"

Então fomos nos consultar rs.

Eu, que no passado, senti por diversas vezes a energia muito forte da esquerda, agora sentia que conseguia controlar melhor.

Fui falar com o Marco Antônio. Conversei com ele e tudo correu bem. No final, quando havia terminado de falar, ele deu a entender que iria me cumprimentar com suas mãos, mas quando fui cumprimentá-lo, ele pegou minhas mãos e as forçou para baixo. Disse "eu quero ver esse Exú agora!". Senti a energia forte na hora.

Ele me forçou a ir para o chão e colocou umas mãos na minha nuca me pedindo para fazer força para levantar. Fiz força e quando consegui levantar, senti a energia do meu exú. Meus punhos se fecharam e comecei a fazer muita força. Senti todos os meus músculos fazendo força. E fazia barulhos como se bufasse.

Aí ele pediu para que o Exú ficasse ali, para nos acostumarmos.

Ele me deu um charuto e o Exú fumou com pressa e ao contrário do caboclo, eu sentia o exú mordendo o charuto. Em um momento o Marco Antônio colocou um copo na minha boca e virou alguns goles de marafo.

Senti o calor no corpo e ficava ali bufando.

Depois, acho que fui até a frente do congá e retornei.

Mas fiquei bem depois disso.
Pensando que a cada dia que venho, acontece algo novo.

Muito legal isso.

Gira Fechada

Na gira do dia 16/03, logo ao chegar me impressionei com o número de pessoas na assistência. Havia duas semanas que eu não ia ao centro e o número aumentou consideravelmente.

Com receio de que o trabalho não fosse prejudicado, o baiano Joaquim apresentou algumas regras para organização do atendimento.

As pessoas da assistência poderiam se consultar com no máximo um dos guias e caso quisessem a opnião de outro guia, deveriam se consultar com este apenas na próxima gira.

A gira seria fechada com aquelas pessoas ali presentes e seria feito um trabalho para "arrumar" a vida de todos os membros presentes. Fizemos então pedidos e colocamos os papéis em uma cesta.

Uma coisa interessante aconteceu. A médium que recebe a cabocla Jurema estava sentindo uma energia diferente e o baiano Joaquim e o preto-velho Ditão foram em seu auxílio. Parecia que um espírito desconhecido estava tentando se apossar da médium. Ele foi dominado e devolvido em um momento de "ação forte" na gira.

Resolvido o problema, as consultas começaram.
O caboclo do meu amigo, pediu para que o cambono me chamasse e fui tomar um passe com ele. Logo, ele puxou o meu caboclo.

Há alguma afinidade entre o caboclo do meu amigo e o meu caboclo, pois sempre é ele que puxa o meu caboclo. Acredito que somos da mesma linha, já que ele é um caboclo de Xangô.

Ele pediu ao meu caboclo que não fosse embora logo e que ficasse ali do lado dele para ajudá-lo.

Como disse em outros posts, eu consigo ouvir, mas não consigo falar absolutamente nada. E meus olhos ficam fechados.

O cambono do caboclo do meu amigo, também é cavalo e está em fase inicial de desenvolvimento.
E ao tomar um passe do caboclo, ele começou a sentir energias tremendo como muitas vezes eu fiz.

Meu caboclo ficou de um lado, o caboclo do meu amigo de outro e o cambono no meio. Me lembro de colocar minha mão nele, não sei se no peito, pois meu caboclo ainda não abre os olhos.

Mas sentia muita energia saindo das minhas mãos. E fazia força. Minhas mãos tremiam. A energia era direcionada para o cambono. O caboclo usou as duas mãos, fazia barulhos e muita força.

Ele tremeu bastante e o caboclo dele quase veio.

Após a recuperação dele, meu caboclo pediu licença e partiu.

Quando retornei, a sensação que tive é de que minha pressão estava muito baixa e imediatamente pedi uma cadeira para sentar. Fiquei lá por muito tempo e praticamente não consegui mais trabalhar de tão exausto que fiquei.

Não sei se foi pelo tempo que fiquei incorporado ou se pelo fato de utilizado mais energia por causa da tentativa de indução de incorporação do cambono. Só sei que fiquei muito exausto e na próxima gira, tentarei me alimentar melhor antes e pedirei aos guias que me exijam menos.

No final, ainda houve tempo para que o preto-velho João viesse e nos explicasse sobre a rara mediunidade da médium da nossa casa em "absorver" o espírito ruim e do grande valor dessa mediunidade em trabalhos de umbanda para quebrar demandas.

Uso dos Fumos e Bebidas

Para agregar conhecimento, aproveito aqui para postar um artigo de outro blog explicando exatamente este tema de fumo e bebidas na Umbanda.

Fonte: http://maascs.blogspot.com.br/2009/09/uso-dos-fumos-e-bebidas.html

Uso dos Fumos e Bebidas

Fumos e Bebidas

A Umbanda costuma ser criticada pelo fato de suas entidades usarem o fumo e as bebidas nas giras(sessões), os detratores aproveitando-se disto para taxarem as entidades de atrasadas ou primitivas.
Vamos aqui explicar e esclarecer o porque do uso de Bebidas e do Fumo pelas entidades da Umbanda:

Fumo

O segredo e a utilização, desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida(magia) tem o seu eró(segredo) e não é como muitos utilizam, para alimentar a vaidade, o vício e a ignorância.
O fumo é a erva mais tradicional da terapêutica psico-espiritual praticada em nossa religião. Originário do mundo novo, os nativos fumavam o tabaco picado e enrolado em suas próprias folhas, ou na de outras plantas, conhecendo o processo de curar e fermentar o fumo, melhorando o gosto e o aroma.
Durante o período físico em que o fumo germina, cresce e se desenvolve, arregimenta as mais variadas energias do solo e do meio ambiente, absorvendo calor, magnetismo, raios infravermelhos e ultravioletas do sol, polarização eletrizante da lua, éter físico, sais minerais, oxigênio, hidrogênio, luminosidade, aroma, fluidos etéreos, cor, vitaminas, nitrogênio, fósforo, potássio e o húmus da terra. Assim, o fumo condensa forte carga etérea e astral que, ao ser liberada pela queima, emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, podendo desintegrar fluídos adversos à contextura perispiritual dos encarnados e desencarnados.
O charuto e o cachimbo, ou ainda o cigarro, utilizados pelas entidades filiadas ao trabalho de Oxalá são tão somente defumadores individuais. Lançando a fumaça sobre a aura, os plexos ou feridas, vão os espíritos utilizando sua magia em benefício daqueles que os procuram com fé.
Os solos com textura mais fina, com elevado teor de argila, produzem fumos mais fortes, como os destinados a charutos ou fumos de corda, enquanto os solos mais arenosos produzem fumos leves, para a fabricação de cigarros.
No fabrico dos charutos, as folhas, após o processo de secagem, são reunidas em manocas de 15 a 20 folhas e submetidas a fermentação, destinada a diminuir a percentagem de nicotina, aumentar a combustividade do fumo e uniformizar a sua coloração.
Os tipos de fumo mais utilizados na confecção dos charutos brasileiros são: Brasil-Bahia, Virgínia, Sumatra e Havana.
Nos trabalhos umbandistas a cigarrilha de odor especial é muito utilizada pelas Pombagiras.
Os charutos de fumo grosseiro e forte são peculiares à magia dos Exus, enquanto os charutos de fumo de melhor qualidade são usados por Caboclos, Baianos, Boiadeiros.
Já os Pretos Velhos dão preferência aos cachimbos, nos quais usam diversos tipos de mistura de ervas, como o alecrim, a alfazema e outros, além de utilizarem cigarros de palha, impregnando assim os elementos com a sua própria força espiritual, transformando o tradicional "pito" em um eficiente desagregador de energias negativas. Desta maneira, como o defumador, o charuto ou o cachimbo são instrumentos fundamentais na ação mágica dos trabalhos umbandistas executados pelas entidades. A queima do tabaco não traz nenhum vício tabagista, como dizem alguns, representando apenas um meio de descarrego, um bálsamo vitalizador e ativador dos chacras dos consulentes.
Vemos assim que, como ensinou um Preto Velho, "na fumaça está o segredo dos trabalhos da Umbanda".
Geralmente os Guias não tragam a fumaça, utilizando-a apenas para “defumar” o ambiente e as pessoas através das baforadas, apenas enchem a boca com a fumaça e a expelem sobre o consulente ou para o ar.
A função principal é a de defumar aqueles que chegam até a entidade. Algumas entidades deixam de lado o fumo se a casa for defumada e mantiver sempre aceso algum defumador durante os trabalhos.

Bebidas

O álcool, tem emprego sério na Umbanda. Quando tomado aos goles, em pequenas quantidades, proporciona uma excitação cerebral ao médium, liberando-lhe grande quantidade de substâncias ativadoras cerebrais, acumulada como reserva nos plexos nervosos (entrelaçamento de muitas ramificações de nervos), a qual é aproveitada pelos guias, para poderem trabalhar no plano material.
Deste modo, quando o médium ingere pequena quantidade da bebida, suas idéias e pensamentos, brotam com mais e maior intensidade. É também uma forma em que a entidade se aproveita este momento para ter maior "liberdade de ação".
Os exus são os que mais fazem uso da bebida. Isto se deve ao fato de, estas linhas utilizarem muito de energias etéricas, extraidas de matéria (alimentos, álcool, etc.), para manipulação de suas magias, para servirem como "combustível" ou "alimento", encontrando então, uma grande fonte desta energia na bebida.
Estas linhas estão mais próximas às vibrações da Terra(faixas vibratórias), onde ainda necessitam destas energias, retiradas da matéria, para poderem realizar seus trabalhos e magias!
O marafo também é usado para limpar/descarregar pontos de pemba ou pólvora usados em descarregos.
O álcool por sua volatibilidade tem ligação com o ar e pode ser usado para retirar energias negativas do médium.
Já o alcool consumido pelo médium também é dissipado durante o trabalho.
Lembrando que o medium incorporado consciente deve aceitar o consumo de bebida e fumo na quantidade que o Guia achar apropriado para trabalhar sem nenhuma interferencia e e lembrando também que depois das entidades subirem levarão tudo, não ficando nenhum efeito na matéria posteriormente.

O Fumo e a Bebida são Indispensáveis?

Podemos sim não utilizar fumo e bebidas.
Só que estes elementos são ferramentas utilizados pelas Entidades(Guias) para os trabalhos, em que não sendo utilizadas haverá uma diminuição da eficiência e rapidez do trabalho, mas ele será realizado também, mais devagar e de forma mais trabalhosa. Será como utilizar apenas as mãos para um determinado trabalho, possível, mas mais trabalhoso. É uma opção do médium, caso o médium não queira trabalhar com o Guia dessa forma ele irá respeitar a decisão, embora como já explicado será menos eficiente, pois tera menos instrumentos de trabalho para agir.
Neste caso pode solicitar apenas que sejam feitas oferendas com estes elementos, ou que um copo com sua bebida seja deixado próximo a ele quando esiver trabalhando incorporado.

Resumindo

O fumo e a bebida possuem Axés(energias), que são utilizadas pelas entidades como instrumentos de trabalhos para descarregos tanto dos consulentes como da matéria do médium incorporado e quando estes desincorporam levam tudo embora, ou seja, não existe possibilidade de afetar os mediuns com vicios.
Pode haver mediuns com problemas de saúde que não pode fumar e beber, ou que nem bebem e fumam , mas suas entidasdes fumam e bebem e nada acontece com aqueles mediuns.
Deixa-se bem claro portanto que existe muita diferença entre as entidades
fumarem e beberem com um propósito de trabalho e um vicio do ser humano.
Diz-se aos mediuns iniciantes a "sua vontade" não é sua mas da entidade que se incorpora, pois a mesma está precisando da energia desses elementos para trabalhar.

Charuto

E veio a gira do dia 24/02.

Antes da gira iniciar, dei as explicações sobre os pontos riscados e deu tudo certo.

Quando começamos, o baiano Joaquim definiu algumas regras. Que os cambonos seriam os primeiros a tomarem passes dos guias que viessem. Depois seria a assistência.

Nossa casa possui poucos médiuns de trabalho e naquele dia, apenas 3 trabalharam.

Fiquei observando o caboclo do meu amigo, que ainda não deu seu nome, a cabocla Jurema e o Baiano Joaquim atendendo a todos. Até que quando todos da assistência já tinham sido atendidos, fui tomar um passe com o caboclo do meu amigo.

E mais uma vez o caboclo do meu amigo puxou o meu caboclo. Fiz certo barulho, como se bufando rs. Depois, fiquei lá, parado, braço esquerdo nas costas e o braço direito batendo no peito.

Desta vez fiquei um período ao lado dele apenas me acostumando com a energia.

A sensação é muito diferente. Você ouve tudo mas, não consegue falar nada. Às vezes um ou outro irmão da casa vinha cumprimentar o meu caboclo. Mas mesmo ouvindo, o caboclo/eu não respondia.

Até que em um momento, um cambono entregou um charuto para o meu caboclo. E ele colocou na boca e fumou.

E depois de um tempo o caboclo subiu.

Confesso que por dentro, fiquei um pouco triste, pois não fumo e o gosto do charuto na boca me lembrava o tempo todo do que eu tinha feito.

Mas depois procurei me acalmar e lembrei de que quando bati a cabeça no congá, pedi que eu, meu corpo, pudesse servir de ferramenta para caridade e, como já li diversas vezes, o ato de fumar na umbanda, envolve a energia das ervas, energia eólica, etc., enfim, acabei me tranqüilizando.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Pontos Riscados Abertos e Fechados

Recebi uma missão na última gira do dia 16 que é a de informar, no início da na nossa próxima gira do dia 24, a diferença entre o ponto riscado aberto e o ponto riscado fechado.

Logo, vamos ao que descobri estudanto duas fontes:
http://umbandareligiaobrasileira.blogspot.com/2011/03/pemba-e-pontos-riscados-na-umbanda.html
http://www.minhaumbanda.com.br/blog/?p=1412



O ponto riscado ou símbolo riscado transforma-se em um Símbolo Sagrado com grande Poder de Ação, traz toda a força misteriosa da “Grafia dos Orixás” (escrita astral) que são signos e símbolos magísticos que abrem ou fecham portais, que trazem ou repelem energias, ativam ou desativam forças astrais e da natureza,  portanto têm o poder de fechar, trancar, abrir, quebrar, direcionar, harmonizar, transformar, equilibrar os Terreiros, assim como os médiuns pois atuam em seus campos mediúnicos.

Importante comentar que a escrita mágica simbólica com seus infinitos signos e símbolos é tão antiga quanto a humanidade e são encontrados pelos arqueólogos em construções antiquíssimas, em túmulos, dentro de templos religiosos, lugares de cultos, seitas. Mesmo porque a comunicação escrita surge através de símbolos, traços, pontos e não através de letras como estudamos hoje. Portanto, essa escrita mágica simbólica, usada pelos guias espirituais, não é propriedade da Umbanda e sim, é um bem colocado à disposição da humanidade pelos povos antigos e pelos seres espirituais superiores que dela muito tem se servido no decorrer dos séculos.

Não pode existir um Terreiro sem o testemunho dos Pontos Riscados, isto é, da Pemba. Assim pode-se afirmar, sem a menor dúvida, que a Pemba é o instrumento mais poderoso da Umbanda, pois sem os pontos riscados nada se pode fazer com segurança.

Os pontos podem ser riscados em espaços fechados ou abertos. Se em espaço fechado a ação é concentrada, delimitada e limitada, cria-se um verdadeiro campo de força. Usado em solicitações específicas e nos pontos identificatórios. Quando riscado em espaço aberto a ação é ampla, vasta, envolve a todos e a todo o Terreiro. Dentro de um Terreiro esse tipo de ponto só é riscado pelo Pai ou Mãe Espiritual.

O Ponto Riscado pode ser Identificatório e identificará o Guia Espiritual entre os demais, é uma espécie de assinatura pessoal; pode ser Magístico ou Simbólico, que tem várias funções pois pode ser energizador, protetor, irradiador, desagregador, transmutador, entre muitas.

O estudo formalizado desse tipo de ponto riscado não existe, pois esse conhecimento é de ‘poder do Astral Superior’, no entanto, é importante seguir algumas bases e livros Sagrados milenares, assim como algumas bases cabalísticas para tentarmos compreender esse grandioso Mistério; ou o ponto riscado pode ser ainda Simbólico, que tem um grande valor e poder mágico pois são sinais expressos em formas que dão a entender uma intenção, uma ação, um verbo ou uma direção.

Giras Abertas para a Assistência



Já se passaram duas giras com assistência lá no centro.

Eu agora, faço parte dos médiuns da casa e estou muito feliz com isso. Canto os pontos, bato a cabeça no congá, participo de tudo. E sinto as energias.



Meu caboclo segue "vindo". rs

Antes não fazia barulho praticamente, mas agora tenho feito sons altos. Bate no peito. Tenho sentido uma evolução.



E agora, também sinto o baiano. O baiano Joaquim me disse em uma das giras que era para que eu colocasse a cabeça no Congá e que pedisse para o meu guia de cabeça, o caboclo, que desse passagem para o meu guia baiano, se permitido fosse. E foi.

Sinto uma energia diferente, de baixo para cima. Abro um sorriso imenso e fico gargalhando rs

Mas não falo nada ainda.



Mas a energia é muito boa.



Meus guias não pediram nada ainda, nem bebidas, nem "pito". Tenho dúvidas se meus guias realmente não bebem ou fumam, se apenas me respeitam já que não fumo, ou se sou eu que ainda prendo isso. Mas confesso que senti vontade de beber quando senti a energia do baiano.

E também já comecei a sentir a energia do preto velho...

Vamos ver...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Primeira Vez

No dia 28/01/2012, fomos ao Santuário Nacional de Umbanda.




Foi uma gira em homenagem aos caboclos, já que há uma semana atrás, tivemos o dia de São Sebastião.

Nosso centro alugou uma tenda no Santuário e chegamos bem cedo para arrumar tudo.

Cada um dos membros levou um item para fazer uma bonita oferenda conjunta.

Os médiuns que seriam batizados também levaram uma outra oferenda para os caboclos.



O trabalho foi muito bonito e não havia como não ser, já que estávamos em um lugar que tinha mata, cachoeiras, pedreiras, borboletas voando, enfim, na natureza, ideal para a prática da Umbanda.



Primeiro houve a defumação da tenda, cantamos os pontos com maior ênfase nos cânticos de caboclo.

E foram eles, os primeiros que vieram nos saudar. Vieram os caboclos Tupã, Arranca Toco e Quebra Pedra. E depois, continuamos com os pontos até que vieram os guias: baiano Joaquim e o preto velho Benedito, a qual carinhosamente chamamos de Dito. O baiano iniciou a condução dos trabalhos pedindo aos médiuns que seriam batizados para preparar as oferendas.



Cada um preparou a sua oferenda e quando todos terminaram, o baiano "puxou" os caboclos de todos eles.

Interessante como o caboclo via a oferenda do seu cavalo e a complementava.



E quando todos os caboclos estavam conosco, o baiano me chamou e pediu para que eu tomasse um passe com o caboclo do meu amigo. Parado, descalço, em frente ao caboclo, comecei a sentir as energias. E veio forte.



Comecei a sentir minha mão esquerda indo para trás e de repente estava com ela nas costas. O caboclo pegou no meu braço e levou até a altura do meio peito. Imediatamente eu comecei a bater no peito e não conseguia abrir os olhos. Sentia a energia, mas ouvia o que falavam comigo. Só não conseguia responder. E não conseguia abrir os olhos.

Apesar de nunca ter ido tão longe, tinha dúvidas se estava incorporado ou não.

O baiano me levou até outra cabocla e continuei sentindo as energias, com o braço esquerdo atrás das costas.

Foi aí que tive certeza da incorporação. O baiano Joaquim me levou até a frente do congá e me pediu para que eu passasse um pouco do meu axé para o congá. Meu braço esquerdo começou a tremer e saiu de trás das minhas costas. Parou em frente ao meu corpo, ao mesmo tempo que meu braço direito também se nivelou com o esquerdo. E eles começaram a tremer, até que reparei que estavam fazendo um movimento circular para a frente do meu corpo. Ali, eu tive certeza que não era eu.



Meus movimentos eram inesperados por mim! rs



Após fazer isso por alguns minutos, meus braços começaram a tremer novamente e foram descendo devagar. Até parar de tremer. Aí de repente, senti uma energia, como se vinda do chão, e senti a energia subindo, vinda de baixo para cima.



E voltei.



Voltei sem acreditar no que tinha acontecido. Meu caboclo veio!



Descansei, tomei água, e reparei que estávamos na linha dos baianos quando havia retornado.

E o baiano Joaquim tentou "puxar" o meu baiano. Tonteei, cambaleei, senti a energia bem forte. Mas não veio.



Eu estava muito cansado. A incorporação do caboclo me deixou exausto. E olha que foram no máximo 30 minutos.



A tarde, veio a esquerda. Exú Marco Antônio, Exú Tiriri, Exú Capa Preta. Todos vinham falar comigo e me davam sermões. Fizemos círculos com pólvoras em volta de cada uma das pessoas do centro para limpeza.



E depois fizemos as oferendas à esquerda, no reino dos Exús e depois fomos fazer a outra oferenda, a conjunta, acompanhado de um banho de cachoeira revitalizante.



Saí de lá com uma sensação de que estava mais disposto que estava antes de chegar no Santuário.

Saí de lá muito bem. E feliz.

Retorno dos Trabalhos

No meu início na Umbanda, eu ouvi que normalmente as pessoas conheciam a Umbanda pelo amor ou pela dor.

Do dia 8 de dezembro até o dia 20 de janeiro, vivi um conflito interno absurdo. Uma luta que me fez muito mal. E neste intervalo, a maioria dos centros de umbanda estavam de recesso por causa das datas comemorativas de final de ano.

Foi um período de decisão e sofrimento. E mesmo já conhecendo a Umbanda, posso dizer que comigo, neste meu retorno, mais uma vez foi a dor que me reaproximou da Umbanda.

Precisava do equilíbrio espiritual. E aguardei ansiosamente o retorno dos trabalhos no dia 20 de janeiro.

No centro, fui informado que 3 médiuns da casa seriam batizados na Umbanda. E que deveríamos ir no Santuário na outra semana. Prestei atenção em todos os procedimentos e fui informado que mesmo que não fosse o meu batizado, que eu deveria ir acompanhar tudo. A reunião me trouxe mais calma para conduzir meus conflitos. Era o que eu precisava. Me sentia muito bem naquele clima. Pedi perdão para recomeçar minha caminhada.

Decidi ficar no centro e voltar a me desenvolver. Decidi voltar a trabalhar.

Descoberta de um Novo Centro

No final do ano, através de um amigo, descobri outro centro. Minha esposa já havia ido neste centro e disse que eu provavelmente gostaria de conhecê-lo.

Era a última gira do ano. No dia 8 de dezembro de 2011.

E fui. Ao chegar lá, um centro simples e acolhedor. Poucos médiuns, crianças entre nós, um clima muito familiar. Realmente me senti muito bem. E, como se a gira tivesse sido somente para mim, exatamente naquele dia, não foram mais pessoas para a assistência. Cada um dos guias que vinham nos médiuns, me chamavam para conversar. E viram além do que eu havia dito. Pediram para as outras pessoas saírem e senti realmente que a gira era para mim.

Falei com o preto velho Pai João, com o baiano Joaquim e com o Exú Marco Antônio.
Ouvi conselhos, sermões e chamadas. Me senti verdadeiramente exposto.
E no final, eles abriram a casa para mim. Para que eu a freqüentasse.

Naquele dia fui embora bastante pensativo... Mas saí de lá ciente do que queria. Queria me encontrar novamente com a espiritualidade.

A Vivência traz o Aprendizado

O que conto agora é a síntese de uma sucessão de acontecimentos. Certos ou errados, me levaram até aqui, hoje. Durante meus momentos de reflexão, me consultei várias vezes e segundo alguns guias, certo e errado são concepções nossas, dos encarnados. Para eles existe o que foi feito e o que está por vir. E toda ação tem sua conseqüência. O que é certo para mim, pode não ser para outra pessoa. E mesmo sendo difícil, tenho trabalhado a minha mente para evitar a culpa.

Vamos lá...

Durante o período em que tive que me ausentar por causa do trabalho, perdi muito contato com a vida espiritual. Primeiro quando não pude mais comparecer ao centro que estava me desenvolvendo. Depois, comecei a procurar por outros centros, mas com o passar do tempo, o ímpeto da pesquisa foi diminuindo. Fazia magia por conta própria no início, mas depois, também com o passar do tempo, fui diminuindo as atividades. E quando dei por mim, meu contato com a espiritualidade estava distante.

Freqüentava poucas vezes alguns centros e sempre quando ia, ficava na assistência. A energia que eu sempre sentia, agora vinha com menor intensidade. Sentia menos.

No dia 01/10/2011, já bastante afastado, fui convidado a ir ao centro do meu amigo. Haveria uma festa para Cosme e Damião e o mentor guia da casa, o Pai Antônio, me convidou para trabalhar naquele dia.

Quando meu amigo me contou, eu, mentalmente, descartei de imediato. A grande verdade é que me sentia sujo por ter me afastado. Essa é a verdadeira palavra. Sujo. E hoje vejo que estava com a minha vida conturbada.

Fui ao centro sim, mas nem quis levar a roupa branca. Mas fui.

Lá, enquanto ele trabalhava no centro do congá, eu observava tudo na assistência. Até que começaram a chamar os caboclos. Aí, na assistência mesmo eu comecei a sentir. E veio forte. Tonteei, e quando reparei, um dos cambonos já havia me puxado para o centro do congá. Fiquei lá dentro até o final, sentindo todas as energias, tremendo e ficando tonto diversas vezes rs.

Voltei a sentir a energia forte. Senti que meus guias ainda estavam comigo. Pai Antônio me convidou para frequentar o centro, mas disse para ele que poderia tentar ir de 2 em 2 meses somente. Me sinto sempre bem lá no centro. E tive um ótimo momento de distração. Ajudei a cambonar e fiquei rindo com as crianças. Saí de lá mais leve.

Após este dia, tentei me reaproximar. Voltei a pesquisar locais para ir. Mas do jeito que estava, não me sentia bem para prosseguir com meu desenvolvimento. Ainda me sentia sujo. Mas também não sabia muito o que fazer naquele momento. Minha vida estava confusa. E acabei não retornando com meu desenvolvimento.

O tempo passou, e voltei me distanciar. Sabia do que tinha que fazer, mas não encontrava forças.
Faltou naquele momento reconhecer que o lado espiritual me traria o equilíbrio. Estava precisando de ajuda espiritual, mas não enxergava isso.