Seja Bem-Vindo!

Bem vindo ao meu blog.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Conversa com Exú do Lodo

Ontem, fui convidado a ir no Santuário Nacional da Umbanda.



Como gostei muito da primeira vez em que fui, gostei muito da idéia de ir de novo.



Minha esposa chamou uma amiga e seu noivo, que vim a descobrir que ele incorporava o Exú do Lodo.



O lugar continua sensacional. Encontramos com Pai Ronaldo Linares, tiramos fotos, e acendemos nossas velas nos pés das imagens.



Aí fomos ao lugar destinado ao reino dos Exús. E lá, se apresentou a nós, o Sr. Exú do Lodo.





Sentado no chão, conversou comigo, minha esposa e nossa amiga. As meninas perguntavam sobre a vida pessoal para ele e ele as orientava. Em um momento, ouvi sons de atabaques atrás de onde estávamos e comecei a sentir as energias. O Exú do Lodo me olhou, riu e me pediu para segurar uma vela branca.



Terminou de falar com as meninas e me perguntou o que eu queria saber. Sinceramente não queria perguntar nada, mas acabei perguntando sobre o meu desenvolvimento.



Ele me disse que era para que eu ficasse com a vela na mão, porque eu não deveria deixar que minha primeira incorporação fosse de esquerda. E me explicou que eu deveria deixar o meu caboclo ser meu guia de frente. Que eu só posso deixar incorporar as outras entidades depois da vinda do meu caboclo.



Fiquei impressionado pois ele me disse a mesma coisa que o babalorixá do jogo de búzios havia me dito.



Para minha surpresa ele disse que queria saber quem era o caboclo que estava comigo. Não sabia como ajudar. Ele me deu um punhal e me disse para desenhar meu ponto no chão. INACREDITAVELMENTE, eu abaixei a cabeça, fechei os olhos e minha mão começou a se mecher sozinha. Fiz tanta força que amassei o punhal. E me disse que com o desenho que eu fiz, ele já sabia quem era o meu caboclo.



O Caboclo Giramundo.



Estou curioso, procurando mais informações sobre o meu caboclo.



É isso,



Abraços,

Jogo de Búzios

Concluindo que tenho que procurar outro lugar para me desenvolver, comecei a visitar alguns centros nos últimos dias. E mesmo ainda sem definir um, já simpatizei com alguns.



Em um destes, quando da minha visita, soube de que na casa acontecia o jogo de búzios.





O jogo de búzios é uma das artes divinatórias utilizado nas religiões tradicionais africanas e na religiões da Diáspora africana instaladas em muitos países das Américas.

Existem muitos métodos de jogo, o mais comum consiste no arremesso de um conjunto de 16 búzios sobre uma mesa previamente preparada, e na análise da configuração que os búzios adoptam ao cair sobre ela. O adivinho, antes reza e saúda todos os Orixás e durante os arremessos, conversa com as divindades e faz-lhes perguntas. Considera-se que as divindades afetam o modo como os búzios se espalham pela mesa, dando assim as respostas às dúvidas que lhes são colocadas. Fonte Wikipedia.



O jogo de búzios é conhecido como a única maneira de se ter certeza sobre quais são os orixás que te acompanham e claro, me deixou curioso sobre os meus.



Comigo, enquanto nas giras ou trabalhos, alguns guias vinham me falar sobre meus orixás. Xangô sempre é falado. Mas e os outros? Resolvi então passar por esta consulta.



O jogo é bem interessante. Um babalorixá joga os búzios em uma mesa e dependendo de como caem os búzios, virados para cima ou para baixo, ele consegue ler os resultados.



Primeiro ele perguntou minha data de nascimento. Fez alguns cálculos e concluiu que meu odu é Iemanjá, pois nasci em um dia regido pela Deusa do mar. Ele disse que por isso tenho dificuldades em me decidir rápido e me preocupo muito com as coisas.



Depois perguntei sobre meus orixás. E quando ele jogou os "eleguns" (os búzios), todos eles ficaram virados para cima.



Depois jogou de novo e de novo. A cada vez que ele jogava, um orixá respondia. Ele me olhou e disse que Oxalá é meu orixá de frente. Xangô (dono da minha cabeça) e Iansã também estão comigo. Achei muito legal a descoberta.



Impressionante como todos ficaram para cima. Ogum também está muito próximo a mim.



Perguntei sobre meus guias. Ele me disse algo interessante. Que tenho que deixar vir primeiro, como primeiro guia a incorporar, meu caboclo ou preto velho. Disse que ele via que uma dessas entidades seria a minha entidade de frente e que todas as outras entidades que viessem a mim,  de certa forma, se reportariam a esta. Como se houvesse uma entidade que administrasse as outras.



Saí bem satisfeito e com algumas coisas a fazer.

domingo, 19 de junho de 2011

Retorno ao blog

Olá irmãos,

Devido a algumas mudanças no trabalho, tive que me ausentar um período do blog, mas volto a escrever hoje contando algumas novidades.

A primeira é que não estou mais em desenvolvimento no mesmo centro de antes, pois devido a mudança geográfica do meu trabalho, ficou bem dificil para mim me apresentar nos horários combinados.

Estou em busca de um novo centro para continuar com meu desenvolvimento.

A segunda é que fui a um jogo de búzios e agora conheço meus orixás.

E a terceira é que hoje fui ao Santuário de Umbanda e me consultei com o Exú do Lodo.

Darei mais detalhes em posts seguintes.

Abraços,

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Mudanças

Passado algum tempo do meu início, percebo algumas mudanças. Percebo o quão equilibrador é trabalhar o lado espiritual, uma vez que eu, como muitos, não prestavam atenção para este lado da vida.

Achava que estava bem do jeito que estava, que nada me faltava. Que não precisava de mais nada. Mas um outro lado da vida era completamente desconhecido para mim. E agente só alcança até onde enxerga.

Percebo também como o "anormal" se torna o "normal" e o "normal", "anormal". O surreal se torna real e o real, surreal.

Antes, raramente eu sentia alguma energia e raramente ficava tonto. Hoje raramente não sinto a energia, e sempre fico tonto rs

Ao visitar uma casa, sinto as energias, ao entrar em um coletivo, sinto as energias. Ao visitar um centro, aí sinto ainda mais forte.

Antes era difícil sentir a energia, hoje é difícil não sentir. E aí entra a questão do auto-controle.

Primeiro trabalho como Cambono

Sábado, foi dia de baianos.

Como sempre, iniciamos pelos caboclos para os passes. Nos caboclos, senti.

Depois vieram os baianos. E nos baianos, também.

É importante ficar claro que quando digo que senti, não significa dizer que me senti mal. Não entendam errado. O sentir a energia, é muito prazeroso! Você quer sentir!

Desta vez trabalhei como cambono de um dos irmãos e foi minha primeira experiência como um.

Assim que ele terminou de atender aos consulentes, me deu um passe e chamou o meu guia.

Mais uma vez senti, mas ainda não consegui fazer com que meu guia viesse.

Continuo aguardando ansiosamente por este dia.

domingo, 1 de maio de 2011

Desenvolvimento e Gira

Ontem, após três semanas sem as aulas de desenvolvimento, voltamos a nos encontrar no centro.



Nas últimas semanas tivemos a festa de Oxóssi, depois a festa de Oxum na cachoeira e por último visitei ao Santuário Nacional de Umbanda.



Nossa conversa foi sobre mediunidade. Falamos de mediunidade consciente e inconsciente. Minha instrutora diz que hoje é o tempo de médiuns conscientes. Que o tempo dos médiuns inconscientes se fez necessário até que se chegasse a um certo ponto de maturidade da Umbanda.



Falamos sobre os médiuns que fingem estar incorporados. É, alguns por incrível que isso possa parecer, fingem estar incorporados por diversos motivos. Enfim, não nos cabe julgar nossos irmãos. Temos que fazer a nossa parte e cada um que se responsabilize pela conseqüência de seus atos.



Conversamos sobre como diferir os médiuns que estão incorporados dos que fingem estar. Ou dos que estão com entidades kiumbas se passando por outras entidades. Os olhos da entidade conhecida ficam arregalados.



Falamos sobre a importância dos cambones, não só por doar ectoplasma para as entidades durante os trabalhos, mas também pela grande oportunidade de aprendizado que temos de acompanhar os ensinamentos das entidades.



Nossa aula foi totalmente teórica e fomos informados que a partir de agora as aulas serão de 15 em 15 dias.

E se iniciou a gira. Eu e minha esposa, descalços, de branco, na parte de dentro do terreiro. Batemos cabeça pela primeira vez! Era dia de consulta com os pretos-velhos.

Um dos membros da casa nos disse logo no início que os médiuns que não dariam consultas, não deveriam incorporar.

Então vieram os caboclos. E imediatamente, senti as vibrações do meu. Como é gostosa a energia! Meus dedos ficavam dormentes e minha respiração acelerou. A ialorixá da casa me indicou para um caboclo para que ele "puxasse" meu guia. E senti ainda mais forte a energia, quando no meu transe, fui informado por um membro da casa de que eu não era para deixar vir o caboclo. E retornei um pouco decepcionado, pois queria ir mais longe.

Os passes foram dados, os caboclos foram embora e os pretos-velhos vieram aos poucos. Fui informado que iria cambonar alguém e fiquei aguardando ser chamado. Fiquei sentado em um banco de madeira, observando e sentindo a energia do congá. Observava minha esposa cambonando o Nego Benedito.

Pensava que em giras anteriores, enquanto ainda freqüentava na assistência, não sentia as vibrações dos pretos-velhos. São vibrações elevadas e que achava que por estar iniciando, iria demorar a senti-las. Sentado no banco, também me sentia assim, uma vez que não sentia energia de incorporação.

Fui chamado e apresentado a um médium que talvez fosse incorporar. Eu iria cambonar ele caso o preto-velho viesse. Ficamos conversando, quando outro irmão da casa me apontou uma preta-velha para que eu tomasse um passe. A vó Benta.

Fui então falar com ela. Ela estava sentada em um banquinho e me pediu para sentar em outro banquinho a sua frente.

Pego de surpresa, não perguntei nada, apenas respondia e ouvia os conselhos da vó Benta. Ela brincou com meu nome, disse que conhecia um cigano de nome Juan que era muito forte e que ninguém mexia com ele. Me disse também que via muita bondade em mim e que eu devia continuar com "os estudador" rs

E pegou nas minhas mãos. Imediatamente minha perna esquerda começou a tremer. Comecei a sentir! Ouvi quando ela falou: "Olha o nego velho aí!" Comecei a baixar a cabeça, senti minhas guias quase saindo do meu pescoço. Que energia boa! Ela me deixou sentir um tempo e depois voltou a conversar comigo. Reparei que a cambone dela, por segurança, já estava atrás de mim.

E fiquei muito feliz com meu nego-velho! Falei com a vó Benta empolgado e ela sorria para mim. Ela me disse para ir sentindo a energia dele e que eu já estava pronto para trabalhar. E deu a entender que meu nego-velho precisará de uma bengala. Ela molhou minhas mãos com alfazema, me pediu para esfregá-las e comecei a sentir de novo.

Novamente abaixei a cabeça e senti a energia. Retornei ainda mais empolgado que da primeira vez. Nos falamos um pouco mais e nos despedimos. Falei com minha esposa ainda empolgado rs. Muito legal ter sentido o preto-velho!

A linha dos pretos-velhos foi encerrada e veio a linha de Exús. A energia ficou mais densa.

Estava observando as incorporações quando de repente reparei que seu Sete Encruzilhadas estava do meu lado. O cumprimentei e comecei a sentir a energia. Ele me perguntou como eu estava e me disse que meu Exú era de extrema esquerda. Falei que estava bem mas, imediatamente comecei a sentir a energia muito forte. A ultima coisa que ouvi foi o Sr. Sete falando: "Pode deixar ele vir que eu já trato dele agora.". A ialorixá da casa e o Sr. Sete ficaram do meu lado. Senti meu corpo fazer força. Muita força! Minhas mãos se fecharam, meus músculos se comprimiam! Me desequilibrei, depois fiquei com os joelhos um pouco flexionados e continuava fazendo muita força. Parecia que estava comprimindo todos os meus músculos!

Fiquei assim por um período e depois retornei. Sr. Sete me disse para lhe trazer um punhal e que eu tenho que firmar ponto na casa.

Assim o farei.

Senti a energia do Exú que me acompanha, meu guardião. E foi bem forte, bem diferente.

Finalizamos a gira bem mais tarde que o habitual e a experiência de estar lá dentro me fez sentir muitas energias. Saí bastante cansado.

Até a próxima.

sábado, 23 de abril de 2011

Santuário Nacional de Umbanda

Hoje, dia 23 de abril, é comemorado o dia de São Jorge, santo sincretizado de Ogum.

Soube que no centro não haveria trabalho neste dia e, aliado a visita de um casal de amigos, resolvemos todos visitar o Santuário Nacional de Umbanda.

Que passeio sensacional! O Santuário fica no ABC Paulista e deu um pouco de trabalho para encontrá-lo. Valeu a pena!

Ao entrar, já nos deparamos com natureza por todos os lados. O ambiente, pássaros, borboletas, as imagens...

Imagens enormes dos orixás por todos os lados!




Ao redor das imagens, diversos espaços para realizar as oferendas, tudo muito bem feito e bonito. Ficamos realmente impressionados. O intuito de se criar um lugar para a prática fácil da Umbanda foi alcançado com êxito.


Uma casa para homenagear os pretos-velhos, um espaço para os ciganos, outro com o reino de Exús.

Logo ao entrar, fomos prestar nossas homenagens e fazer nossos pedidos aos pés das imagens dos orixás.

Ao terminar, fomos conhecer o local. Andamos em trilhas, sentimos a mata, passamos por pedreiras e nos banhamos na cachoeira. A energia do local é ótima.

Várias tendas foram criadas no próprio Santuário, e haviam muitas giras ocorrendo paralelamente umas as outras. Nunca havia imaginado isso! O som dos atabaques vinha de todos os lados!

Ficamos então nós 4, assistindo a várias giras. Algumas com a linha de Exu, Boiadeiros, Baianos, etc... Ouvíamos os pontos que nos agradavam mais e mudávamos de tenda. Como não conhecíamos nenhum centro específico, trocamos algumas vezes. Um pedacinho de cada gira. O sino da igrejinha nunca tocou tanto! Rs

Até que fomos convidados a entrar em uma gira.

Assim que entramos, os guias baianos chamaram as meninas. Ficamos meu amigo e eu, assistindo as respectivas serem saudadas pelos baianos.

Meu amigo, é o mesmo que em posts anteriores foi visitar o meu centro e que incorporou seu guia baiano.

Aí as baianas resolveram chamar agente. Primeiro ele, depois a mim. Com ele a princípio não aconteceu nada. Aí fui eu.

As baianas me rodearam e me pediram para girar. Eu sorri, achei estranho, dei uma volta e parei. Elas me mandaram continuar a rodar. Eu então obedeci. Na terceira volta, senti uma energia forte e comecei a sentir meu baiano. Me concentrei, e retornei.

Não me senti a vontade para deixar o baiano vir fora do centro que freqüento.

E ficamos nesta: as guias tentavam puxar o meu baiano, eu tonteava, me desequilibrava, mas me controlava e retornava.

Aí o baiano do meu amigo veio! Saudou a casa, e advinhe... Também tentou puxar o meu baiano. O mais interessante foi que ele me disse que ali meu guia não veio, mas que na tenda dele eu ia girar. E eu confirmei que irei lá.

A linha dos baianos se foi, agradecemos o convite da casa pois fomos muito bem recebidos e retornamos a nossa caminhada.

Fomos então no espaço dedicado para oferendas para os Exús. Vimos as imagens de vários Exús. Ao chegar perto já era possivel sentir. Nossa que energia! Saímos de lá exaustos e voltamos na cachoeira para nos reenergizar.

Assistimos a algumas outras giras, mas sem entrar, e reparamos que já estávamos a umas 6 horas por lá.

Combinamos de voltar outro dia para quem sabe ficar mais tempo.

Enfim, hoje não houve gira no centro que eu freqüento, mas senti a mesma sensação gostosa que sinto ao sair de lá nos sábados.





quinta-feira, 21 de abril de 2011

Festa de Oxum - Cachoeira



No último sábado, fomos na cachoeira.

Meu centro se reuniu a outro e fizemos uma grande roda em um grande campo.

O lugar era sensacional! E o sol ajudou! Muito verde, pedras, cachoeiras! Borboletas passavam por nós o tempo todo, dando aquela sensação de que não estávamos sozinhos. Descalço, com os pés na terra, vendo insetos pousarem em mim, me sentia parte integrante da Natureza.

Desta vez, os pontos seriam cantados para os guias apenas para a realização de trabalhos, não haveriam consulentes.

Um fato bem legal é que minha esposa foi chamada para cambonar o preto-velho do babalorixá do meu centro e ficou muito feliz! Será um grande oportunidade de aprendizado!

Já eu, continuei na roda. Assim que os guias vinham, vez ou outra vinham tentar puxar meus guias. Pretos-velhos, Exus, Caboclos, Pombagiras, Ciganos, etc...

Em uma das vezes, quando chamavam os caboclos, tive realmente a sensação de não conseguir pensar. Pela primeira vez, tive a sensação de incorporação.

Depois veio o banho na cachoeira. Entrei na água gelada, me ajoelhei e coloquei a cabeça em uma pedra. Com a respiração acelerada, sem sentir falta de ar mesmo estando com a cabeça dentro d'água, gritava. Fui eu ou o guia?

Quando saí da água, saí trepidando rs
E aos poucos voltei ao normal.

É sempre muito bom ter este contato com a natureza!

Até mais!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Opnião

Tenho me informado sobre alguns centros para que poder realizar visitas e conhecer mais sobre a Umbanda.

A maneira de como cada centro trabalha é bem diferente. Existem centros como o meu, com consultas fichadas a pretos-velhos e baianos, outros com todos os guias porém em períodos curtos de consultas, outros em que não se pode escolher com qual guia se consultar, tendo que se consultar com o que estiver disponível e ir embora após a consulta. E outros que só dão passe.

Nada contra, mas sinto uma sensação de vazio, quando não posso me consultar com um guia ou quando penso que o guia não pode auxiliar melhor os consulentes, sem poder passar palavras que harmonizam a pessoa.

Mediunidade consciente ou inconsciente

O que aconteceu na última festa para Oxóssi me deixou com muitas dúvidas.

Não foi a primeira vez em que fui tratado como se estivesse incorporado, sendo que eu tudo ouvia e sentia.

Se é assim, é diferente de como imaginei que seria.

Ao que parece, é uma linha bem tênue entre o guia e o médium. Não se sabe ao certo se está incorporado ou não.

Enquanto sinto as energias, cheiros, ouço o som dos atabaques e entro nos meus "transes", surge esta dúvida. Será que estou incorporado?

Já chorei sem saber o porque de estar chorando, já fui abraçado por um guia que me disse que meu índio veio, já entortei os dedos involuntariamente. Já ouvi de alguns irmãos para deixar meu guia vir e em outros momentos, de outros irmãos, para que o guia não judiasse de mim ou para que ele não viesse naquele momento. Mas sou sempre eu, Ruan, ouvindo.
Sempre com aquela sensação de que eu posso voltar a qualquer momento, basta que eu queira.

Entramos então na grande questão da mediunidade consciente e inconsciente.

Os Babalorixás do meu centro se dizem completamente insconscientes quando incorporados. A mãe-pequena, minha instrutora no desenvolvimento, se lembra das coisas que converso com seu guia, enquanto incorporada. Logo, ela é consciente. Meu grande amigo, apresentador da religião a mim, é inconsciente.

O que será ideal então?

Curioso, já perguntei a algumas pessoas e o que ouvi é que alguns começam conscientes e aos poucos vão ficando inconscientes. Acreditam que, pela experiência e tempo de trabalho deles, o "ficar" inconsciente seria normal.

Também já vi que alguns dos estudiosos da religião defendem que a incorporação consciente é a ideal, pois temos sempre que deixar claro para o guia, quem é o dono do "aparelho".

De 3 livros que encontrei este assunto, dois dizem que o médium mais desenvolvido é o consciente, um diz que é o inconsciente.

Assim fica díficil rs

O fato é que por hora, da forma como venho sentindo, estou consciente.

Com o tempo vou descobrindo...

Festa de Oxossi

No último sábado não houve desenvolvimento, pois teríamos uma festa para o orixá Oxóssi.

Cheguei com minha esposa, mais cedo, para ajudar os outros irmãos nos preperativos, com muitas plantas e frutas.

Deixamos o terreiro bem bonito, diminuímos o espaço da assistência, pois teríamos a visita de outras casas e eles também iriam dar consultas.

E eu, como soube na semana passada, iria ficar lá dentro, ao lado dos outros médiuns, pela primeira vez.

Minha esposa, como tem participado comigo das aulas de desenvolvimento, também obteve autorização para participar e ficou ao meu lado. Pedimos licença a Obaluaie e ficamos descalços sentindo a energia do terreiro.

Assim que a Gira começou, fomos avisados que haveriam algumas diferenças com relação as cerimônias habituais. Ao contrário dos outros dias, desta vez os caboclos iriam dar consultas. E somente eles.

Os filhos de cabeça de Oxossi foram chamados ao centro e o ogã da casa começou com os pontos. Um a um, foram incorporando e eu apenas assistia a tudo e não senti nada.

E veio o Pena Branca, como mentor da casa. E disse que queria ficar para a festa rs.

Aos poucos os filhos de Oxossi foram retornando e iniciaram-se os pontos dos caboclos. Aí, parafraseando Roberto Carlos, foram muitas emoções.

Assim que começaram os batuques dos atabaques, eu comecei a sentir muita energia.

E como os caboclos ficaram a gira inteira dando consultas, eu também fiquei a gira inteira com diversas reações. Fiquei tonto, estremeci, por vezes achei que não era eu...
Os dedos da minha mão, faziam movimentos involuntários! Como se estivesse com caimbras nos dedos e via eles se moverem.

De vez enquando melhorava, mas aí um caboclo vinha falar comigo e começava tudo de novo.

Ouvi vários conselhos deles, uns diziam que meus guias estavam do meu lado, outros que eu tinha que exercitar mais os meus chacras, tinha que trabalhar mais a respiração.

Em um momento, um dos irmãos da casa veio ao meu lado e falava com o meu caboclo dizendo para ele cuidar de mim, do médium dele.

Enfim, foi assim a gira inteira. Após muitas horas em pé, acreditei que estaria esgotado no outro dia.

Mas para minha surpresa, mesmo após ir e vir tantas vezes na noite, saí de lá com uma paz, com uma leveza, melhor do que qualquer outro dia que eu tinha ido anteriormente.

Semana que vem, também não haverá desenvolvimento, pois iremos a uma cachoeira.

Até lá.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Passagens interessantes

Tenho lido bastante nos últimos meses. Por vezes encontro passagens bem legais e gostaria de compartilhar estas sobre mediunidade com vocês:

"Os adversários do bem certamente te procurarão, desejando aniquilar a luz que ilumina consciências. Será preciso firmeza e oração!"

"Não te faltarão acusadores, bem como os que desacreditarão das tuas faculdades. Não te preocupes."

"Muitas pessoas trarão os elogios, constituindo um dos mais graves obstáculos da mediunidade. Evita-os sempre e, se não puderes, reporta os méritos ao Criador contentando-te, somente, com o estímulo à continuidade da tarefa."

"Lembra-te de que para venceres na mediunidade, é essencial que te sintas como um pequenino servidor. Guarda-te da empolgação orgulhosa, livra-te da vaidade e mantém-te em disciplina do estudo do Espiritismo."

Todas estas passagens são do livro "Aconteceu na casa espirita".

Aliás, vou postar qualquer dia desses a relação de livros que li.

Um abraço fraternal a todos.

domingo, 3 de abril de 2011

Desenvolvimento - aula 3

Não estou mais conseguindo escrever no sábado, que é o mesmo dia da Gira, pois estou saindo muito cansado.

Conto então, aos domingos o que aconteceu no dia anterior.

Ontem, estive na minha terceira aula de desenvolvimento. Juntamente com a turma, assisti um vídeo sobre o Candomblé. Tiramos algumas dúvidas deste que é um ritual que influenciou a Umbanda. Comparamos os dois e levantamos as diferenças.

Depois fomos ao terreiro e fizemos um círculo para iniciarmos o desenvolvimento prático. Desta vez ficamos todos de pé. A mãe-pequena fez um certo mistério sobre com o que trabalharíamos até que repentinamente ouviu-se o som do boiadeiro.

Outros membros da casa, incorporaram boiadeiros para ajudar os que estavam em treinamento. Descalço, fui levado a um deles.

Senti a energia bem forte. O boiadeiro colocava a mão na minha nuca e a outra no meu peito. Comecei a sentir minha perna fraquejar, querendo dobrar. De repente senti que outra entidade encostou em minhas costas, e ai comecei a tremer. Quando me dei conta, tinha trepidado até o centro do círculo.

Aí, aconteceu algo novo para meu aprendizado. Uma campainha tocava no lado de fora do centro. Era um outro membro querendo entrar, porém a porta estava trancada para não atrapalhar o desenvolvimento.

E a campainha tocava, e tocava. Aos poucos, os encorporados, foram retornando sob pressão. E quando todos retornaram, inclusive eu, encerramos com uma oração o desenvolvimento.

Abriu-se a porta e iniciou-se um bate-boca.

Eu, Ruan, sentia que ainda estava estranho, minhas pernas ainda cediam e eu estava tremendo. Puxei uma cadeira para sentar, tentei descansar, puxei um livro para ler, mas não conseguia.

Conversei com a mãe-pequena e ela me disse que alguns outros estavam assim pela forma de interrupção brusca do desenvolvimento.

Fiquei aguardando a Gira começar, esperançoso de que quando os caboclos viessem fazer a limpeza, eu melhoraria.

E a gira começou. Gira de baianos. Cantamos pontos dos Exus protetores da casa, pontos de defumação, pontos para Oxalá, que foi o orixá escolhido para esta semana. E aí começaram os pontos dos caboclos.

E fui até um deles para que fosse realizada a limpeza.

Novamente comecei a sentir a energia do caboclo. E veio forte. Eu tremia, muito, com velocidade. Senti meus braços ficando dormentes. Minhas pernas ficando duras. E após um tempo retornei ao meu lugar na assistência.

Voltei me sentindo bem! Agora sim eu estava bem.
Passado algum tempo, fui me consultar com a baiana Madalena do Coco. Ao chegar perto dela, já não consegui mais falar. Comecei a sentir dores de cabeça e ela, rapidamente já segurou as minhas mãos. Comecei a sentir a energia bem forte. A baiana me abraçou. Enquanto sentia a energia, por vezes ficava na ponta dos pés. Nunca havia sentido isso. Como se uma energia me lançasse para cima.
Fiquei abraçado a ela até melhorar.

Ela me disse que eu tenho que aprender a controlar isso. Que eu tenho que deixar claro para os guias, que apesar da permissão para me usar como ferramenta para caridade, o dono do corpo ainda sou eu e que eles tem que me respeitar.

Ouvi calmamente e guardei este ensinamento para reflexão.

Retornei para a assistência e aguardei o final da gira. A mãe-pequena, minha instrutora, fez um sinal para que eu esperasse por ela, pois havia algo a ser dito.

Após o encerramento, ela veio até mim e me disse que havia conversado com seu Zé Pelintra, e ele havia me autorizado a participar da próxima gira, dentro do terreiro!

Ainda não sei bem como vou ajudar, mas estou ansioso com o próximo sábado. Será uma festa para Oxossi!

Até lá!

domingo, 27 de março de 2011

Continuação - Gira

Iniciou-se a gira de pretos-velhos. Na assistência, soube de algo novo.

É que o médium do guia mentor da casa, o Pai Sebastião, está com problemas de coluna e seu guia não fica por muito tempo para não acarretar mais problemas. Muito legal a preocupação do guia com isto.

Então ele vem rapidamente e depois quem o representa é o guardião Exu Sete Encruzilhadas.



Voltando a Gira, houve a defumação e como sempre, foram chamados os caboclos para fazer a limpeza energética da casa. Entramos um a um no terreiro e fomos designados aos guias para que fizessem a limpeza energética.



Curiosamente fui para a guia cabocla da mãe-pequena. Para a minha surpresa, como a mãe-pequena havia dito mais cedo no desenvolvimento, ela já sabia do que eu havia falado durante a aula.



Segurou as minhas mãos e eu fechei os olhos. Minhas pernas começaram a bambear. Em alguns momentos minha perna parecia se calcificar de tão dura. Ela tocava na minha cabeça e eu balançava. Senti meus braços dormentes ! Antes havia sentido em outras giras as pontas dos dedos das mão dormentes. Desta vez senti os braços inteiros dormentes. Estava eu em transe novamente.



A cabocla me levou até o Congá e colocou meus braços na direção da vela verde. Consegui identificar a vela verde e sabia que havia uma imagem junto dela a que associei a Oxóssi. Mas sinceramente não consegui olhar para a imagem, pois uma energia muito forte veio e novamente senti minhas pernas calcificarem. Fiquei com a cabeça baixa, sentindo as pernas, com as mãos próximas a vela.



Aí a cabocla me conduziu novamente até o ponto onde estava inicialmente e aos poucos fui retornando.



Com o tempo retornei para a assistência, ainda surpreso com meus braços dormentes.

Os pretos-velhos vieram e as consultas começaram.

Resolvi falar com a Mãe Isaura. Ao chegar, ela já me perguntou como eu estava me sentindo depois da aula. Falei que estava melhor e ela me disse que eu havia chegado onde meu destino apontava. Me disse que, para minha surpresa, meu índio veio rapidamente durante a linha dos caboclos. Mas se foi, porque eu poderia estar com vergonha do meu agir. Sinceramente, nao me lembro de ter pensado nisso, mas pode ser que ela tenha razão.

Será que foi a minha primeira vez?

Enfim, ela sequer me deixou perguntar nada e já pediu para o Ogã tocar um ponto de Xangô. Mais uma vez, eu comecei a sentir o corpo pesado. Desta vez, pareceu ainda mais concentrado, pois rapidamente comecei a sentir minhas pernas tremer. Abaixei a cabeça e deixei o ponto me levar.

Quando acabou, a Mãe Isaura riu e nos despedimos. Voltei para a assistência.

Minha amiga cigana, a cigana Esmeralda, pediu que eu fosse até a tenda cigana. Chegando lá, a cigana Esmeralda pediu que uma das integrantes da tenda fizesse reiki em mim.

Então segui as ordens dela. Me sentei a frente da reikiana, e me concentrei. Após um período, a reikiana começou a sentir cansaço e me disse que estava sentindo o peso que eu havia sentido quando da energia de Xangô. Continuamos mais um tempo e ela me disse que no seu procedimento eu deveria dar as costas para que ela continuasse a realizar o reiki, porém que ela estava sentindo que a energia de um orixá não estava dando esta permissão a ela.

Fizemos um oração e retornei para a minha cadeira na assistência até terminar a Gira.

Exausto, muito exausto.

sábado, 26 de março de 2011

Desenvolvimento - aula 2

Estou muito cansado. O dia foi agitado. Escrevo amanhã como foi.

----

Bem, vamos lá. Ontem foi a segunda aula de desenvolvimento.

A segunda aula foi diferente da primeira. Novamente a mãe-pequena, nossa instrutora, nos apresentou alguns conceitos e desta vez assistimos alguns documentários. Desta vez haviam mais membros no desenvolvimento, e isso é interessante pois há uma maior trasnferência de experiências. E estamos nos enturmando cada vez mais, minha esposa e eu, com os membros do centro.

Assistimos ao documentário durante uns 40 minutos e depois fomos para a primeira experiência prática.

Eu, Ruan, entrando no terreiro pela primeira vez.

Quando passei pela porta, já senti imediatamente a energia do local. A mãe-pequena me olhou me perguntando se eu estava bem e lhe expliquei o que aconteceu. Estou cada vez mais sensível a energias.

Sentamos em forma de círculo, minha esposa do meu lado, e a mãe-pequena nos explicou sobre o que ia ocorrer. Ela queria que ficássemos em silêncio, concentrados, cada um imaginando um local particular. Me posicionei sentado no banco com meu braços sobre as pernas e palmas da mão para cima. Enquanto estava concentrado ouvindo ela falar, reparei que ela havia incorporado sua guia Mãe Isaura. Fiquei em silêncio, e minha cabeça começou a se transportar.

Não ouvia mais o que ela falava, meus olhos antes fechados com expressão tranquila, começavam a se contrair a todo momento. Comecei a sentir muito calor. Sentia muito suor. De repente fui percebendo que queria abaixar minha postura. Me encurvar. Comecei a sentir muito peso. Peso nas costas. E suava. E os olhos se contraindo. É uma sensação muito forte. De repente, quando já estava com a cabeça baixa, senti como se fosse uma mão, tocando um pouco acima da minha orelha direita, me forçando para baixo. Me encurvando ainda mais. Tudo com muito peso.

Aí a Mãe Isaura passou por todos nós e começou a nos despertar deste transe. Ela ia perguntando para cada um do círculo o que havia sentido. Eu já conseguia ouvir o que eles falavam. Mas ainda estava sentindo o peso. Ouvi quando ela perguntou para a minha esposa do meu lado, sobre o que ela havia sentido. Ela disse que sentiu muito calor na região das costas.

Quando a Mãe Isaura veio falar comigo, eu não consegui falar nada com ela. Estava melhorando, mas ainda sentia peso. Ela resolveu me dar mais tempo para me recuperar, me "pulou" e prosseguiu perguntando aos outros membros até terminar e retornar a mim novamente.

Eu já estava melhor, mas suava muito. Falei que senti muito calor e muito peso, e falei da sensação de peso na região da orelha me forçando a me encurvar. Uma das amigas que já trabalha na casa, comentou rindo que era assim mesmo.

A Mãe Isaura comentou que eu havia sentido o peso por causa da pedreira. Na hora não entendi, mas depois fui alertado que a energia que senti, por algum motivo, era a energia de Xangô.

E ela me pediu um abraço e atendi o seu pedido. Durante o abraço forte, sem motivo aparente, eu comecei a sentir uma enorme vontade de chorar. E chorei. Chorei ouvindo a Mãe Isaura me dando as boas-vindas a casa. "Seja bem-vindo a nossa casa!"

E chorava como se fosse uma criança. Aí nos separamos e parei de chorar. Limpei meu rosto e recebi um copo de água de um dos novos amigos. Fiquei pensativo depois, tentando entender o que se passou ali. Por que eu chorei? Não compreendi o que aconteceu. Olhei a minha esposa e ela estava rindo do meu lado.

A Mãe Isaura fez uma oração e a guia se foi.

A mãe-pequena encerrou o dia de desenvolvimento e nos perguntou se estávamos bem. Explicou que cada um sentiu a sua energia, sem que necessariamente todos fossem por uma mesma linha.

Explicou que nossos guias ficam todos juntos de nós e que quando você se consulta com um deles e lhe conta uma história, caso se consulte depois com outro guia do mesmo médium não precisa contar novamente a história. Nossos guias conversam entre si.

E após este ensinamento, encerrou o dia de desenvolvimento pois a Gira pública iria começar.

domingo, 20 de março de 2011

Apresentação

Boa Noite!

Sou a esposa do Médium, dono deste blog.

Resolvemos que eu começaria a postar com o intuito de lhes mostrar a minha visão como observadora do desenvolvimento do meu marido e, é claro, falar um pouco sobre minha iniciação nessa senda.

Aproveitando a oportunidade, gostaria de dizer que está sendo muito gostoso partilhar com meu esposo o conhecimento, as idéias, as dúvidas e o desenrolar desse desenvolvimento.

Espero passar à vocês um pouco do que tenho visto e sentido afim de clarear um pouco até as dúvidas de quem lê e se interessa pela Umbanda.

Até mais!

sábado, 19 de março de 2011

Desenvolvimento - aula 1

Começaram as aulas de desenvolvimento no Centro.

Tive uma grande surpresa no final de semana, onde meu amigo, aquele que me apresentou ao primeiro Centro Umbandista que fui, veio me visitar!

E claro que eu levei ele para conhecer o centro que estou freqüentando agora! E minha esposa também foi chamada por um guia para se desenvolver.

Ao chegarmos, sentamos em roda e ficamos ouvindo a mãe-pequena, nossa Instrutora, nos contando um pouco sobre a história da Umbanda. Foi um grande momento, onde inclusive meu amigo compartilhou de sua experiência com o grupo.

Eu e minha esposa ficamos atentos a todas as interessantes historias.

Uma das coisas que aprendi e que todos nos temos 3 energias conosco. Os homens, tem energias de 2 orixás homens e 1 orixá mulher. As mulheres, 2 orixás mulheres e 1 orixá homem. E começamos a entender as associações com os chakras.

Soube que teremos aulas teóricas e práticas intercaladas.

Foi um inicio de tarde agradável, onde nos enturmamos com os novos amigos do centro.

Depois da aula, voltamos para a assistência e a gira publica começou. Cantamos os pontos e chamamos os caboclos para fazer a limpeza da casa. Ao chegar a minha vez, mais uma vez senti a energia.

Minha pernas faziam força involuntariamente! As vezes fraquejavam, como se fosse dobrar, as vezes faziam tanta força como se tivessem sido calcificadas ali, no terreiro. Um membro da casa estava do meu lado para me ajudar e dizia para que eu abrisse os olhos. Mas eu nao conseguia!

Enfim, com o tempo fui melhorando, ganhei um copo de agua e me liberaram para retornar para a assistência. Meu amigo e minha esposa estavam rindo para mim. Rs

Mas ainda faltava ele, para que eu pudesse rir um pouco também.

Chamaram os baianos. Meu amigo foi se consultar e o guia baiano dele se apresentou no centro. Foi muito legal! O ogã puxou uma canção para visitantes no centro, enquanto meu amigo se apresentou a entidade mentora da casa, que estava com o guia do Ze Pilintra.

Depois veio até a porteira e cruzou o chão na frente da assistência.

Aí, quando o guia dele se foi e achei que ia acabar, para minha surpresa, a baiana pediu para que o ogã cantasse um ponto de boiadeiro!

Aí sim fomos surpreendidos novamente!

O guia boiadeiro do meu amigo veio, pediu um ponto para o ogã e vários outros membros da casa também desceram com seus boiadeiros. Foi um momento bem legal e animado na gira.

Agora vamos aguardar o próximo sábado para continuar com o desenvolvimento.

sábado, 12 de março de 2011

Conversa com Sr. Sete Encruzilhadas

Fui ao centro no sábado.

Me senti mais preparado para o que estava por vir.

Acompanhei todas as curimbas entendo o porque das ordens. Fui chamado para a limpeza dos caboclos, e sai com a minha já habitual tontura rs

Chegou a hora de falar com Sr. Sete.

Disse para ele que gostaria de desenvolver e para isso, gostaria de uma orientação dele.

Fui informado que no próximo sábado, irão começar aulas de desenvolvimento.

Sábado vou começar.

Visita ao centro

Na quinta, fui ai centro do Pai Benedito de Aruanda, um dos mais famosos.

Já foi impressionante logo no inicio. Uma fila enorme, daquelas que se estende por todo um quarteirão.

Podemos ver o crescimento da Umbanda.

Fui em um dia que haveria uma gira somente com crianças. Lá e diferente. Enquanto sao cantadas as corimbas para vinda dos guias, a assistência permanece do lado de fora, na imensa fila. E a rua inteira ouve a música e a batucada!

Apenas depois que os médiuns incorporam e que podemos subir.

Chegando lá, uma energia forte e muito barulho das crianças.

Me consultei rapidamente e após as consultas já temos que ir embora.

Voltei para casa me sentindo estranho e quase nao consegui dormir.

Acho que estranhe as energias de lá.

Sábado vou no centro que freqüento e vou perguntar sobre isso.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Intensivão chega ao fim, mas é só o começo

Meu intensivão de estudos no Carnaval acabou hoje.

Li bastante material, estudei muito, algumas coisas entendi perfeitamente, outras tenho que reler. Mas o resultado foi muito bom!

Me sinto muito bem, à medida que vou entendendo mais sobre o assunto.

Amanhã, iremos, eu e minha esposa em um dos mais famosos templos de Umbanda do Brasil.

Vamos lá!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Hierarquia espiritual de um centro Umbandista

  • Babalorixá (homem) ou Ialorixá (mulher)
O grau mais alto do centro ou terreiro. É quem dirige e tem toda a responsabilidade espiritual sobre o centro. É quem prepara as imantações. Cuida dos assentamentos. Prepara os médiuns, determinando toda a diretriz espiritual, não só do treinamento como também das giras públicas.
  • Pai-pequeno ou mãe-pequena
É quem vem logo abaixo do Babalorixá e pode substituir o chefe do terreiro nos treinamentos e como chefe da gira.
  • Ogã
São aqueles que cantam, puxam as curimbas e tocam os atabaques. Eles tem que conhecer bem os pontos de gira sempre mediante orientação do babalorixá. Também são eles que preparam os novos ogãs.
  • Chefe da Gira Pública
É o responsável pelas giras de público, de consulta. Normalmente é o próprio babalorixá, mas as vezes é um médium categorizado para isso. Ele deve dirigir todo o trabalho espiritual da gira desde a abertura até o fechamento.
  • Médiuns de trabalho
São os que prestam caridade diretamente ao público, os que incorporam as entidades. Precisa ter todo um preparo mediúnico, com sua firmeza, roupas, guias, banhos de descarrego, imantações e honestidade espiritual.
  • Médiuns em desenvolvimento
São os médiuns que estão em treinamento, aprendendo e absorvendo as vibrações numa fase preparatória.
  • Cambono (homem) e Samba (mulher).
São aqueles que auxiliam no atendimento das entidades. O cambono deve preparar antes da gira, tudo que a entidade necessita, como charuto, vela, papel, lápis, bebidas.

É importante frisar que o cambono para ser bom, deve ser preciso e discreto, não participando, nem ouvindo, a conversa entre a entidade e o consulente da assistência.

Estrutura física de um centro Umbandista.

Como tenho lido bastante, acho legal divulgar um pouco de meus estudos mostrando como funciona um centro de Umbanda.

Falando em estrutura física, o centro ou terreiro possui:
  • O Congá
É o local do terreiro onde ficam os assentamentos para os Orixás.

Os assentamentos são utilizados para atrair as vibrações do orixás e das falanges. Eles deveriam ficar em terra batida, mas normalmente, os assentamentos ficam em prateleiras, uma superior e outra inferior.
A superior fica com os assentamentos para os Orixás e a inferior, com os assentamentos para os Exús e Pomba-giras.
  • O Pegi
É onde ficam as imagens que representam as entidades na Umbanda. São as imagens dos santos Católicos associados aos orixás.

Isto ocorre devido ao sincretismo religioso, para facilitar o entendimento dos que não conseguem imaginar que os Orixás são vibrações.

Por exemplo:

Oxalá - Jesus Cristo
Ogum - São Jorge
Oxóssi - São Sebastião
Iansã - Santa Bárbara
Xangô - São Jerônimo
Oxum - Nossa Senhora da Conceição
Iemanjá - Nossa Senhora da Glória
  • Porteira
É a firmeza, a segurança do centro. Ficam os assentamentos para todos os exús e pomba-giras das encruzilhadas, dos cemitérios e da linha das almas. Estes assentamentos são colocados em outro lugar que não o Congá, e normalmente ficam na entrada do terreiro.

terça-feira, 1 de março de 2011

Estudos

No domingo, fui direto a livraria. Peguei vários livros e fiquei lendo em uma mesa no café. Li sobre o Guardião das Sete Encruzilhadas, Ze Pelintra, e folheei alguns outros. Fiquei umas 4 a 5 horas na livraria. Em um dos livros que li, encontrei o termo Exu Maioral. E me lembrei da cigana de 2008. Quase nao consegui dormir direito. Cheguei em casa e fui pesquisar sobre este Exu. Fui deitar impressionado com minhas leituras.

Soube que um livro muito bom para se estudar os exus e o guardião da meia-noite.

Ontem, comprei ele e mais dois sobre doutrina da umbanda. Meu carnaval vai ser de muita leitura.

E vamos lá! Aguardo para falar com a baiana e com Sr. Sete. Quero mais explicações e auxilio.

Terceiro dia no Centro

No ultimo sábado voltamos ao Centro.

Foi tudo como antes, as orações, os cantos e a linha dos caboclos, para fazer a limpeza do ambiente.

Fui encaminhado para que um dos guias fizesse a limpeza, como fez da outra vez.

Ele olhou para mim, tragou seu charuto e soprou a fumaça na minha testa.

Pronto! Fiquei tonto. Ele soprou fumaça novamente e senti minhas pernas bambeando. Ele colocou o dedo na minha testa e empurrava ao mesmo tempo em que balbuciava umas palavras.

Estava me desequilibrando, parecia que ia cair. Rapidamente alguns membros ficaram em volta para me ajudar caso acontecesse algo.

O guia tentou, tentou, mas eu voltei. Foi a vez que fiquei mais tonto, que senti a energia mais forte.

Voltei para a assistência e demorei para me recuperar.

Os pretos velhos foram chamados. Fui me consultar com Pai Zezé. Falei com ele, pedi proteção. Ele me disse que era como se uma luz tivesse sido acesa no escuro, e que agora, chamava atenção. Que precisava sim, de proteção e me orientou a conversar com Madalena do Coco para colocar um bracelete de palha.

Retornei ao meu lugar e achei que já tinha visto tudo que tinha para acontecer no dia.

Ai, apareceu o Sr. Sete.

Ele veio para perto de onde estava e entrou na tenda cigana. A energia era muito forte. Comecei a ficar tonto, sentir dores de cabeça ... Meu corpo comecou a ter uns espasmos.. Ele saiu da tenda e veio falar conosco. Ele falou com a minha esposa que ela deveria me trazer para trabalhar.

Durante todo o tempo em que ele esteve por perto, me senti estranho. Sinto como se estivesse mais sensível a forca energética.

No final, após ele ir embora, a Lider do centro, muito simpática, veio me dizer para trabalhar também.

Sai do centro ,muito, muito, muito pensativo. Queria estudar mais.


Visita a uma festa

Estudava muito nos últimos dias.
Ia contando tudo para minha amiga e claro, tirando várias dúvidas.

Ela nos convidou para ir em uma festa de carnaval, mas na verdade seria uma gira para pedir que a escola fosse vencedora.

Fomos visitar a escola. Chegando lá, haviam muitas pessoas. Acredito que umas 200 pessoas de branco. Música alta com todo o aparato que uma escola de samba pode oferecer. E começaram os pontos. Apesar de todo o luxo, aquele ambiente era estranho para mim. Não me sentia bem. Não sabiam quem eram aquelas pessoas. Podia ter qualquer tipo de pessoa ali.

E acho que comecei a sentir isso pois comecei a ficar com dores de cabeça e sentir estranhas tonturas. As linhas foram todas cantadas e ia me sentindo mais sensível as energias. Em algumas linhas eu ficava muito tonto, em outras não sentia nada.

Como isso era possível? Minhas dores de cabeça e tonturas duravam só algumas músicas e depois voltava ao normal rs

Após passarem por todas as linhas, eles passaram para as linhas de esquerda chamando os Exús.
Uma situação curiosa aconteceu. Um homem incorporou o Zé Pelintra e veio na minha direção. Fiquei muito tonto, meu corpo tinha uns espasmos involuntários. Aí ele saía de perto, e eu melhorava. Quando ele voltava eu começava a sentir novamente.

Estava sentindo a energia do lugar. Sentia a energia do Zé Pelintra. Minha sensibilidade com energia estava mais alta.

Fomos embora, e fiquei muito cansado este dia, como se me houvessem sugado muita energia. Fiquei com essa preocupação de me proteger e resolvi falar com o Pai Zezé no centro, sobre proteção.

Cachoeira

Minha curiosidade que já era grande quintuplicou !

Comecei a ler Aruanda do Robson Pinheiro.

E no dia da ida a cachoeira, lá fomos eu e minha esposa novamente. O lugar era sensacional. Bem verde, bem bonito. Havia uma tenda com as imagens. Enfim, um lugar gostoso de estar. Descobri que aquela ida a cachoeira era para homenagear Xangô !

Haviam 3 centros de umbanda reunidos. Todos de branco, inclusive eu e minha esposa. Havia muita gente! Assistíamos a tudo quietos. Reconhecia os membros do centro que estava frequentando, mas só observava.

Um homem de um outro centro incorporou Marabô. E este era o líder dos 3 centros. Ele falava para todos, passando bonitas mensagens. O líder do centro que frequentava incorporou o Sr. Sete Encruzilhadas. O respeito por estas entidades eram enormes ! Eles davam consultas as pessoas. Até então não havia prestado atenção na hierarquia de uma tenda umbandista.

Após cantarmos para Xangô, formou-se uma fila para a cachoeira. Parecia uma espécie de batismo, onde a pessoa se molhava na cachoeira. Primeiro foram as mulheres. Minha esposa, nervosa, assistia as mulheres antes dela e eu a acompanhava a distância. Algumas mulheres se molhavam e imediatamente incorporavam seus guias. Ouviam-se gargalhadas e as vezes gritos. Até que chegou a vez da minha esposa. Ela se molhou sob o olhar atento dos auxiliares que ficavam do lado da cachoeira para socorrer quem precisasse. E saiu.

Encontrei com ela na saída e ela me disse que ficou um pouco tonta. Fui então para a fila dos homens.
Esperei um a um, observando os mesmos acontecimentos que ocorriam com as mulheres. Gritos e gargalhadas, pessoas incorporando guias. Chegou a minha vez.

Quando entrei na água. Minha respiração mudou. Acelerou. Não ouvia nada, nem ninguém. A água caía sob minha nuca e senti um peso como se estivesse carregando algo muito pesado. Não aguentei e caí de joelhos. Tentava me levantar, mas não tinha forças. Ouvia ruídos, mas na verdade não entendia nada. Demorei para me conscientizar que eram os auxiliares que estavam me incentivando a levantar. Fiz muita força e consegui me levantar e sair da água. As pessoas me perguntavam se eu estava bem, e eu estava cansado com todo o esforço que fiz para sair da água. Aí um dos auxiliares me disse para retornar para a cachoeira. Eu quase não pude acreditar e perguntei "De novo?" Ele me disse: "Sim, esse banho agora é para você." Então entrei novamente na cachoeira, mas desta vez consegui sair rapidamente.

Fui liberado e minha esposa estava radiante com uma toalha na mão rs Minha amiga ficou falando de mim para os membros do centro que até então não me conheciam, dizendo que eu era filho de Xangô.
Fiquei tentando explicar para elas o que havia acontecido e mais uma vez estava surpreso com a minha reação.

RESULTADO : Voltei para casa querendo estudar ainda mais!

Segundo dia no Centro

Na outra semana, foram os baianos.

Eu e minha esposa retornamos e vimos os mediuns um a um incorporando os guias de baianos. Como da primeira vez, escolhemos os guias com quem iríamos conversar e escolhi a baiana Madalena do Côco.

Confesso que fui me consultar com ela sem ter muito o que perguntar. Mas quase no final da nossa conversa, perguntei para ela se eu era mesmo filho de Xangô. Ela me perguntou "Você quer ver?".
É claro que respondi que sim.

Ela pediu então para que os responsáveis pelo atabaque puxassem um ponto de Xangô. Eu fechei os olhos e outros dois membros me circularam me deixando no centro. A medida que o ponto ia sendo cantado, a baiana ia passando em mim uma erva e me molhava com cachaça. Ali começou minha primeira grande surpresa.

Inexplicavelmente minha pernas começaram a balançar. Começaram a querer ceder. Entrei em uma espécia de transe com a música que estava ouvindo. Quando a música parou eu ainda fiquei de olhos fechados e sentindo minhas pernas tremendo. Quando voltei, os membros estavam olhando e rindo para mim, uma delas com um leque dizendo que a energia tinha sido muito forte. E a baiana sorria me perguntado se eu estava bem. Ela me disse que eu deveria ir com um grupo do centro em uma cachoeira. E que eu era um médium. Pediu para que eu voltasse depois e que perguntasse ao preto velho Pai Zezé sobre uma proteção espiritual que eu deveria usar. E um dos membros, me aconselhou livros para ler.

Voltei para a cadeira da assistência meio atordoado com a notícia e com minhas pernas ainda tremendo. Minha esposa ria e curiosa me fazia várias perguntas. Eu não conseguia tirar aquela afirmação da baiana da minha cabeça.

Aí entrou a linha de Exú no centro. Observava aquilo tudo ainda meio chocado com a notícia.

Primeiro dia no Centro

Fomos eu e minha esposa visitar o centro de minha amiga. No centro, encontramos várias diferenças com o centro do meu amigo que eu havia conhecido anteriormente. A maneira como a assistência participava, uma tenda cigana, várias outras imagens e a regra de se consultar apenas com uma entidade.

Observava aquilo tudo quando um membro do centro veio falar conosco sobre a Umbanda. Falou bem, nos explicou o que era a Umbanda e depois disse que deveríamos escolher uma ficha com qual entidade gostaríamos de nos consultar. Por conselho da minha amiga escolhi o preto velho Pai Zezé e minha esposa a Mãe Isaura.

Neste centro, ao contrário do primeiro que conheci, não se cantavam para todos os orixas. Haviam dias específicos para Pretos Velhos e Baianos.

Os médiuns iniciaram com orações e depois começaram os cânticos. Ao som do atabaque é claro. E chamaram primeiro os caboclos para fazer uma limpeza no local.

As incorporações começaram e os médiuns começaram a receber os caboclos. Nós da assistência fomos convidados a entrar e um a um, os caboclos iam fazendo a limpeza nagente.

Senti um pouco de tontura devido ao cheiro forte de ervas e fumaça.

Após isso, aguardei até que os pretos velhos fossem chamados. E conversei com o Pai Zezé sobre problemas pessoais.

E claro, também me consultei com minha amiga cigana. Cigana Esmeralda.

Minha esposa gostou, eu também e decidimos voltar na outra semana.

Conversa reveladora!

No meu trabalho, conheci uma grande amiga, mais ou menos no mesmo período da perda de meu ente.

Ela me ajudou muito a me recuperar, com conselhos e distrações. Nos tornamos amigos e ela acabou se tornando amiga da minha esposa também. A chamo de irmã devido a grande proximidade que temos.

Certo dia, após quase um ano de convívio, fomos almoçar em um restaurante chinês. Por um motivo que não me recordo comecei a falar de espiritismo. E para a minha surpresa descobri que ela queria conversar comigo sobre este assunto! Descobri que ela era umbandista!

Hahaha ! Nao acreditei ! Encontrei uma conhecida para tirar minhas dúvidas. Ela me disse que frequentava ha alguns anos, que era muito legal e que assim como meu outro amigo, era uma médium.

E cigana !!!! Achei aquilo o máximo ! Cheguei em casa falando da novidade para a minha esposa.

E claro, fomos conhecer seu centro.

Neste ponto, sinto uma grande mudança em minha vida.

Segundo Primeiro Encontro

Este foi proposital.

Por um amigo soube de um centro que ele frequentava. Um centro umbandista.
Estava me recuperando da perda de um ente querido e resolvi ir até lá para desabafar. Queria falar com os espíritos e saber se meu ente estava bem.

E fui.

Chegando lá, acompanhado de minha esposa e meu amigo, fiquei surpreso com tantas imagens. Haviam bancos no que eles chamam de assistência, para que pudéssemos observar o que iria acontecer. Sentei e fiquei aguardando.

Os médiuns iam se apresentando na parte da frente do centro, todos de pé e de branco com várias guias.
Haviam os sons dos atabaques e as músicas eram cantadas para cada um dos orixas.

Meu amigo havia me explicado que as músicas seguiam uma ordem e foi assim. Para cada orixá, cantavam se umas 4 músicas e com os sons dos batuques e vozes, um a um os médiuns iam incorporando os guias. Impressionante!

Meu amigo, médium, incorporou quando dos cantos para Oxóssi. Ele agia como se fosse outra pessoa, como se tivesse um arco e flecha na mão. Me chamou na assistência. Sua expressão era diferente, falava com sotaque e com um linguajar mais antigo. Enfim, deduzi que não era o meu amigo que estava falando comigo naquele momento.

Depois de um tempo ele retornou e incorporou outros guias a medida em que iam se cantando as outras canções.

Fiquei surpreso com aquilo tudo. Eram provas de existências de espíritos!
Voltei lá outras duas vezes. E me consultava com os guias. Era interessante o que se passava e retomei minhas curiosidades sobre o tema.

O líder do centro incorporava um preto velho chamado Pai Antônio. Grande Pai Antonio!

Nos dois casos, o que me impedia de ir mais vezes era a distância. Interestadual. Algumas vezes passava em frente a um centro perto da minha casa e me perguntava se não seria bom visitar. O nome do Centro é Cabloco das Sete Cachoeiras.

Aí mais um novo fator surgiu, como se me levando para este caminho.

Dois Primeiros Encontros

É isso mesmo. Tive dois primeiros encontros com a Umbanda.

A primeira vez foi em meados de 2008. Ao acaso. Conversando abertamente com uma amiga sobre espiritismo, ela me falou sobre uma cigana. Uma cigana que ela havia se consultado e que acertara algumas coisas que aconteceram na vida dela.

Nunca havia ido a uma. Conhecia somente o que todos conhecem, aquelas placas e faixas que encontramos nas ruas. Mas nunca pensei em entrar.

Aí ela me convenceu a irmos lá. Ela faria uma consulta com a Cigana e eu poderia ver o local e optar se faria a consulta ou não.

E fomos.

Chegando lá, uma casa normal com dois andares. Uma senhora bem simples, aparentemente séria, veio falar com agente na entrada e já conhecia a minha amiga. Fiquei apenas observando. Havia um altar na entrada da casa com uma luz vermelha e com algumas imagens. Isso me assustou um pouco. Seguindo em frente, haviam cadeiras para esperar enquanto as consultas eram realizadas.

Minha amiga foi se consultar no segundo andar e eu fiquei aguardando. Olhava ao redor e, era uma casa normal. Com exceção do altar na entrada da casa, não havia mais nada "assustador".

O tempo passou e quando as duas desceram, a senhora disse que queria falar comigo. Como se tivessem coisas para que eu soubesse. Então eu fui para a consulta. Na sala haviam várias imagens e eu, curioso, perguntei sobre cada uma delas. Eram os orixás. Nas suas mãos um baralho velho que ela usava na consulta. Lá ela me falou de coisas que aconteceriam na minha pessoal e profissional e me fez algumas revelações que me deixaram muito curioso.

Me disse que tinha dúvidas se meu santo de cabeça era Oxossi ou Xango. Me disse que estava acompanhado do Maioral.

Enfim, saí de lá tão curioso que perguntei para ela onde poderia obter mais informações sobre os assuntos.

E fui para a Internet. Descobri que aqueles orixás eram da Umbanda. Confirmei com ela isto em outra consulta e depois acabei perdendo contato.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Motivos

Decidi escrever este blog, após alguns acontecimentos na minha vida. A idéia é registrar estes acontecimentos. E não pretendo expor aqui os nomes reais das pessoas que participaram e participam até hoje dessa minha escalada. Serve apenas para contar a história de alguém que ainda está surpreso pela forma como as coisas estão acontecendo.

Cresci em meio a uma família evangélhica. Frequentei escolas dominicais enquanto criança, tenho pastores na minha família. Estudei em colégio católico. Aprendi os hinos católicos, ia a missa pelo colégio.

E foi assim durante muito tempo. Via na minha família pessoas sendo "tocadas" o tempo todo. Eu ia nos cultos, cantava, mas não "sentia". Ouvia da família que um dia ia chegar o momento para mim, como chegou para cada um deles. E aguardava.

Ia de uma igreja para a outra. A procura do local onde me sentiria melhor.
Fiquei muito tempo fazendo isto.

Passei a frequentar igrejas católicas. E passei a estudar a história das religiões. Conheci o Budismo. Comecei a encontrar o que achava ser os "prós e contras" de cada. E criei minhas opniões.

Me afastei um pouco da minha busca e passei a viver assim. Sempre ouvindo as recomendações da minha conservadora família me desencorajando a conhecer as religiões novas. E quando me lembrava, lia sobre o assunto.

E aí, dois novos fatores surgiram.

Conheci minha atual esposa, espiritualizada, com anos de estudos em áreas que nunca havia conhecido; E o falecimento de um ente querido.

Pesquisas apontam que a maioria das pessoas não se informa sobre o assunto morte.
E só o fazem após o falecimento de um ente querido. Foi assim comigo.
Após período depressivo, passei a racionalizar mais as coisas.

Um choque. Uma dor que só quem perde conhece. E que se usarmos a lógica, todos irão conhecer algum dia. Passei a pensar no que vem depois. Não somos devidamente preparados para essa situação e todos iremos nos confrontar com ela.

Com a ajuda da minha esposa, conheci o espiritismo. E me confortei com colônias, hospitais e auxilio no atendimento aos desencarnados. Um outro mundo em um plano astral.

Encontrei um novo mundo! E minha curiosidade me fez procurar literaturas espíritas para me informar mais. Descobri o Kardecismo. Meus estudos me passavam uma idéia teórica de como as coisas funcionavam.

Passei realmente a acreditar em espíritos entre nós. E claro, gostaria de ter notícias dos entes que se foram. Li diversos livros para tentar aprender mais sobre o assunto.

Um amigo, nos convidou para conhecer seu centro. E aí conheci a Umbanda. A Umbanda, para quem está estudando sobre espíritos, é bastante reveladora.

Ao entrar no centro, várias imagens de santos católicos, representando os orixás. O sincretismo religioso. Músicas são cantadas e acompanhadas pelo ritmo do atabaque. Algumas pessoas, vestidas de branco ficam em pé, reunidas em frente as imagens. Juntas a elas , o líder da casa, o organizador do centro. E várias outras pessoas, visitantes ou frequentadores, ficam sentadas assistindo ao que acontece no centro.

Enfim, o que aconteceu foi que a medida que as musicas iam sendo cantadas, as pessoas de branco, se movimentavam de forma estranha, algumas tremiam e de repente, aparentavam ser diferentes. Suas expressões eram diferentes, sua voz e maneira de falar.

Fiquei espantado com isso e soube que eram médiuns. Que espíritos usavam o corpo deles para falar conosco.

É a partir deste ponto que minha história começa.

Nos próximos posts resumirei como cheguei onde estou hoje. Quero deixar aqui meu aviso de que estou em desenvolvimento, juntamente com este blog.